Cultura

Corcunda de Notre Dame é inspirado em figura real

O Corcunda de Notre Dame tem sido uma figura icónica desde a novela homónima escrita por Victor Hugo. A sua existência real nunca foi comprovada mas agora um investigador encontrou no Arquivo da Tate Britain, em Londres, documentos que podem comprova
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[Fotografia: © REX FEATURES]

O Corcunda de Notre Dame tem sido uma figura icónica desde a novela homónima escrita por Victor Hugo. A sua existência real nunca foi comprovada, mas agora um investigador encontrou no Arquivo da Tate, em Londres, documentos que podem comprovar a sua existência.

De acordo com o jornal Telegraph, o escultor Henry Sibson, que trabalhou e registou em livro o seu trabalho na Catedral de Notre Dame, faz menção a um trabalhador que tinha uma corcunda nas costas.

Sibson trabalhou no século XIX na Catedral, na mesma altura em que Victor Hugo escreveu o romance.

“Trajan, um dos homens mais dignos, paternal e amigável que jamais existiu – era o escultor do governo cujo nome me tinha esquecido já que não me relacionava diretamente com ele, tudo o que sei é que tinha uma corcunda e não gostava de se misturar com os outros escultores [.] Mon Le Bossu (que quer dizer corcunda, em francês) era a alcunha que lhe era atribuída e nunca ouvi outra”, escreveu Sibson.

“Quando vi as referências a um escultor com uma corcunda em Notre Dame, e vi que as datas coincidiam com a altura em que Victor Hugo também se interessou pelos trabalhos na Catedral, fiquei arrepiado e decidi investigar a fundo”, esclarece Andrew Glew, o arquivista da Tate que fez a descoberta.

Victor Hugo escreveu “O corcunda de Notre Dame” em 1828 e o livro foi publicado três anos depois. Na altura revelou interesse pelo restauro que estava a ser levado a cabo na Catedral e ao qual se opôs.

A sua ligação e interesses relacionados com os trabalhos na Catedral podem ter facilitado as relações entre o corcunda descrito por Sibson que trabalhava também ele no restauro.

Andrew Glew descobriu em almanaques parisienses que continham listas dos trabalhadores da altura na capital nome de um escultor “Traijin” que parece corroborar com as restantes provas.

“É uma descoberta fascinante”, afirma um especialista da obra de Victor Hugo na Universidade de Warwick. “Parece-me perfeitamente plausível, e se Hugo foi realmente inspirado por este escultor com uma deformação que trabalhava em Notre Dame, renova ainda mais a nossa admiração pelo seu poder imaginativo de inspiração na vida real para o projetar na literatura de forma tão mágica”, esclarece o mesmo responsável.

Gerry Croydon, um parente distante de Sibson afirma: “os diários de Henry são verdadeiramente fascinantes. Ele viajava muito pela Europa e cruzou-se com personagens inacreditáveis. A descoberta no diário dele que revela a inspiração por trás de uma das personagens mais fantásticas da literatura, é realmente maravilhosa”.

As memórias de Sibson estarão em exibição na sala de leitura Hyman Kreitman, na Tate Britain, em Londres, até ao fim de agosto.

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