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Algarve produz iguaria asiática em aquacultura

Já estão quase adultos os primeiros pepinos-do-mar criados em cativeiro pela Universidade do Algarve. A técnica de aquacultura desenvolvida pelo Centro de Ciências do Mar tem alto valor comercial e pode ajudar a evitar a extinção da espécie.
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Já estão quase adultos os primeiros pepinos-do-mar criados em cativeiro pela Universidade do Algarve. A técnica de aquacultura desenvolvida pelo Centro de Ciências do Mar (CCMAR) tem alto valor comercial e pode ajudar a combater a extinção da espécie.

por Patrícia Maia
 
Os resultados agora conseguidos são fruto de um projeto que iniciou em 2012, intitulado CUMFISH, e que tem como objetivo avaliar o impacto da captura dos pepinos-do-mar (ou holotúrias), centrando-se mais nas três espécies que ocorrem com maior frequência em Portugal. O projeto pretende também estudar a multiplicação e reprodução em cativeiro destas espécies.
 
Mercedes Wanguemert, bióloga marinha do CCMAR e responsável pelo projeto, explicou ao Boas Notícias, que “ninguém faz aquacultura com estas espécies na Europa” porque, até agora, era difícil “manter as larvas que têm uma mortalidade muito alta”. 
 
Mas através da otimização das condições de fertilização e incubação, o biólogo do CCMAR Jorge Dominguez, que está a realizar um doutoramento sobre aquacultura de pepinos-do-mar, conseguiu completar o ciclo de reprodução de uma das espécies com êxito. 
 
Nos tanques reprodutores e nos aquários da estacão-piloto do Ramalhete, na Ria Formosa, os cerca de 40 pepinos-do-mar da espécie 'Holothuria arguinensis' (aquela que está a ser reproduzida pela equipa do CCMAR) já têm quatro meses. “A partir desta idade, a taxa de mortalidade reduz drasticamente”, conta Mercedes Wanguemert.
 
Pepinos vendidos a 150 euros/quilo
 
A espécie que esté a ser criadas no CCMAR apresenta um alto valor comercial, sendo neste momento exportada para vários países, sobretudo para as comunidades asiáticas, por valores superiores a 150 Euros/kg de peso seco. 
 
A coordenadora do projeto algarvio já experimentou a iguaria e garante que os pepinos-do-mar “são saborosos, parecidos com polvo”. “Têm um músculo muito forte pelo que têm que ser bastante cozinhados”, ressalva. 
 

Na estacão-piloto do Ramalhete já nasceram 40 pepinos-do-mar que medem cerca de 1,5 cêntimetros e têm quatro meses de idade

A procura comercial crescente dos pepinos-do-mar para exportação, principalmente pelos países orientais, tem levado à redução drástica das suas populações, nomeadamente em países banhados pelos Oceanos Índico e Pacífico. 
 

Nessas regiões, o tamanho médio da espécie 'Holothuria arguinensis' é de 15 centímetros, mas na Ria Formosa já foram encontrados exemplares com 60 centímetros. “Aqui as condições são ideais porque não têm predadores e a temperatura da água é boa”, salienta a bióloga marinha.   
 
A equipa do CCMAR está otimista quanto à comercialização desta técnica de aquacultura mas afirma que “serão necessários mais três anos para otimizar todos os processos de reprodução e utilizar o método a maior escala”. O projeto vai concorrer a novo financiamento da FCCT mas está aberto a apoios da indústria pesqueira.  

Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes
 

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