Os arquitetos portugueses Vasco Matias Correia e Patrícia Ferreira de Sousa conquistaram, em Novembro, em Espanha, o Prémio Cerâmica Ascer 2014 na categoria de Arquitetura graças ao projeto de uma casa no Príncipe Real, em Lisboa.
Os arquitetos portugueses Vasco Matias Correia e Patrícia Ferreira de Sousa conquistaram, em Novembro, em Espanha, o Prémio Cerâmica Ascer 2014 na categoria de Arquitetura graças ao projeto de uma casa no Príncipe Real, em Lisboa. É a primeira vez que o prémio, atribuído apenas duas vezes fora do país de origem, é entregue a um trabalho português.
O projeto da autoria da Camarim Arquitetos, ateliê de Vasco Matias Correia e Patrícia Ferreira de Sousa, que valeu aos criadores um prémio de 17.000 euros, foi descrito pelo júri como “uma brilhante interpretção da utilização [do azulejo] no centro histórico de Lisboa”, pode ler-se no site oficial dos prémios Ascer.
Segundo os arquitetos portugueses, trata-se de um lote de 41 m2 localizado a poucos metros do Jardim do Príncipe Real, em Lisboa, que foi transformado num “pequeno edifício urbano com cinco pisos destinado a habitação para uma família”.
“A exiguidade do terreno levou-nos a uma organização em que cada piso tem uma função e uma disposição diferentes e todos comunicam através de um átrio vertical de geometria variável, proporcionando um percurso cadenciado e progressivo, banhado por luz natural”, explicam, na página do ateliê.
Fachada é abordagem contemporânea ao azulejo antigo
De acordo com Vasco Correia e Patrícia de Sousa, “o revestimento da fachada”, o elemento que mais cativou o júri, “resulta de uma abordagem contemporânea ao azulejo do edifício anterior, que estava em avançado estado de degradação”.
“Definimos um conjunto de regras para transformar o motivo decorativo do azulejo original num padrão abstracto”, esclarecem, acrescentando que este padrão se manifesta numa base de azulejo liso, num corpo de azulejo com baixo-relevo e num entablamento de metal perfurado, permeável à luz.
Na opinião dos jurados, o projeto finalizado “apresenta-se à rua como um plano de cerâmica tradicional reinterpretada com diferentes texturas”, realça o site dos prémios Ascer.
Estes galardões são atribuídos anualmente e reconhecem intervenções ao nível da Arquitetura e dos Interiores. Os profissionais distinguidos em cada categoria recebem 17.000 euros, existindo ainda um prémio para estudantes finalistas de Arquitetura no valor de 5.000 euros.
O júri é composto por Martha Thorne, diretora do Prémio Pritzker, Fernando Márquez Cecilia, diretor da revista de arquitectura El Croquis, e Emilio Tuñon, arquiteto galardoado com o Prémio de Arquitetura Mies Van der Rohe.
A cerimónia de entrega decorrerá no início de Fevereiro de 2015, em Valência, Espanha.
Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes