“Se calhar, como as pessoas não têm muito contacto com o mar, não vêem o que se passa nos seus fundos, não se apercebem do que lá se passa, da quantidade de lixo que está acumulado nos seus fundos. Com esta iniciativa pretendemos sensibilizar para o problema desses lixos acumulados no fundo do mar”, referiu ao Jornal da Madeira Rosa Pires, do Parque Natural da Madeira.
De acordo com a mesma responsável, muito do lixo que ali existe é consequência do temporal de 20 de fevereiro. O lixo mais pesado como ferros, plásticos, latas e objetos deitados para as ribeiras são os mais preocupantes porque vão dar diretamente ao mar.
“Isto fica aqui tudo acumulado e constitui, depois, um problema para as espécies. É feio para quem mergulha, e cada vez há mais gente a fazê-lo, incluso por motivos turísticos. E quem mergulha gosta de ver o mar limpo”, salientou.
Rosa Pires considera que só com campanhas de sensibilização se pode mudar a atitude das pessoas.
“As Ilhas Selvagens estão no meio do Atlântico, não há quem produza lixo, mas estavam cheias de lixo. É lixo que é deitado aqui ou nas Canárias e vai boiar até lá. O lixo que vai para o mar não tem fronteiras. Este é um problema mundial. Se cada um fizer o trabalho de casa, se houver essa consciência, estamos a contribuir para que haja um pouco menos de lixo no mar. Tem de ser uma coisa globalizada”, defendeu.
Uma campanha semelhante será planeada nas Desertas, se vier a confirmar-se acumulação de lixo nas suas costas.