Uma bactéria isolada no intestino do mosquito Aedes pode reduzir a infeção destes por parasitas da Malária e vírus da Dengue.
Uma bactéria isolada no intestino do mosquito Aedes pode fazer com estes insetos fiquem mais resistentes ao parasita da malária e ao vírus da dengue. A investigação, que conta com um português na equipa, foi publicada na revista científica PLoS One.
A bactéria estudada pode travar o avanço de doenças como a Malária e a Dengue, podendo também inibir a sua propagação ao encurtar o tempo de vida dos mosquitos que as transmitem.
A equipa de investigadores – liderada por George Dimopoulos da Universidade John Hopkins, EUA, e da qual faz parte o cientista português Raúl Saraiva – isolou a bactéria Csp_P do intestino dos mosquitos Aedes Aegupti (responsável pela transmissão da Dengue).
No estudo publicado na passada quinta-feira, os cientistas examinaram o efeito da bactéria nos mosquitos e nas doenças e chegaram à conclusão de que pode ajudar no combate a este tipo de doenças.
Ao adicionar água açucarada na alimentação dos mosquitos, a equipa descobriu que a bactéria é capaz de colonizar rapidamente o intestino dos mosquitos.
A presença da Csp_P no intestino reduziu a propabilidade dos respetivos mosquitos contraírem a infeção com o parasita da malária (Plasmodium Falciparum) ou com o vírus da Dengue.
Por outro lado, o grupo de cientistas descobriu que esta bactéria, através da produção de metabólitos tóxicos (um produto do metabolismo), pode inibir o desenvolvimento da Dengue e Malária em várias fases do ciclo de vida do parasita.
Os autores do estudo sugerem que estes metabólitos tóxicos podem vir a ser determinantes no desenvolvimento de medicamentos terapêuticos contra estas doenças.
“As duas propriedades de amplo espetro anti-patogénico, juntamente com a sua capacidade de matar mosquitos, fazem com a Csp_P seja uma candidata interessante para o desenvolvimento de novas estratégias de controlo “, lê-se no estudo publicado na Plos One.
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