Três jovens de Setúbal decidiram transformar um dos favoritos dos aperitivos num produto 'gourmet'. Assim nasceu o 'Taroço', o patê de tremoço português.
Quando se aperceberam da inexistência, nas prateleiras dos supermercados nacionais, de uma opção alimentar altamente proteica, saborosa e que não fosse de origem animal, três jovens de Setúbal decidiram transformar um dos favoritos dos aperitivos num produto 'gourmet'. Assim nasceu o 'Taroço', o patê de tremoço português.
por Catarina Ferreira
A escolha do tremoço, “muito usado na dieta mediterrânica” e presença assídua em muitas mesas portuguesas, foi simples e aconteceu logo após “uma pequena pesquisa”, conta André Fernandes, engenheiro biológico e um dos mentores da marca 'Taroço', de 26 anos, em entrevista ao Boas Notícias.
“É um produto muito conhecido, acarinhado entre os portugueses e, infelizmente, muito subvalorizado”, destaca o jovem, que acrescenta que o tremoço “é rico em proteínas, tem um baixo teor de gorduras e calorias e um alto valor em fibras, tanto que é mesmo reconhecido como um 'super alimento' hoje em dia”.
Com vontade de explorar as potencialidades de uma alternativa que combina a saúde com a satisfação do paladar, André Fernandes e os dois outros fundadores da 'Taroço' – Pedro Elvas, de 25 anos, estudante de Marketing, e Pedro Baptista, de 26 anos, também engenheiro – começaram a testar a ideia dentro dos seus próprios círculos.
“Fizemos uma espécie de 'open house' de modo a dar a provar o patê a familiares e amigos e, desde início, ficámos surpresos com as reações positivas das pessoas, que gostaram tanto ao ponto de quererem comprar”, recorda André.
Os três amigos decidiram, então, avançar com o projeto, no qual investiram, inicialmente, a expensas próprias. Mais recentemente, através de uma ação de financiamento coletivo, conseguiram também angariar mais de 1.600 euros que serão destinados à regularização do produto no mercado e à aquisição de material de produção, nomeadamente uma autoclave para esterilizar os frascos e uma máquina de moagem.
André Fernandes, Pedro Elvas e Pedro Baptista são os rostos por detrás do desenvolvimento deste patê 'gourmet' de tremoço
Disponível em três variedades – clássico, com cebola ou com pimento vermelho -, o patê 'Taroço' distingue-se por ser “saudável”, pela “ausência de produtos de origem animal” e por não ter “qualquer tipo de aditivo, emulsionante ou conservante. Além disso, não tem glúten nem sal, sendo apropriado para vegetarianos, doentes celíacos, hipertensos, diabéticos e intolerantes à lactose.
De acordo com o engenheiro, a marca aposta também nos ingredientes portugueses. “A nossa política passa pelo uso de matéria-prima nacional e, a curto prazo, biológica”, realça, adiantando que a 'Taroço' tem já em estudo “outras variedades de patê” e está a preparar “outros produtos com base no tremoço”.
Por enquanto, os patês 'Taroço' ainda não estão a ser comercializados: a empresa está em processo de “obtenção de um certificado dentro da legislação alimentar”, mas André acredita “que mais dia, menos dia, as pessoas terão o 'Taroço' num ponto de venda próximo”.
Quem quiser, entretanto, experimentar esta nova iguaria poderá fazê-lo facilmente: ao contribuir com dois euros para o crescimento da marca, todos receberão em troca, pelo correio, um frasco do patê, bastando para tal enviar um e-mail para taroco.geral@gmail.com ou visitar a página da marca no Facebook.
“Os próximos objetivos passam por obter a certificação e a ficha técnica para ter o 'Taroço' legalizado”, prevê André, levantando o pano em relação ao sucesso dos contactos que têm sido feitos, até agora, com diversos distribuidores.
“Já temos pré-acordos com alguns parceiros de negócios que esperam pela legalização do 'Taroço' para realizar a distribuição em lojas um pouco por todo o país”, finaliza o responsável, que espera também que a marca possa começar a gerar lucro (e emprego) em breve.
Clique AQUI para aceder à página oficial do 'Taroço' no Facebook.