Ciência

Já é possível gerar eletricidade mascando pastilha

Já é possível gerar eletricidade através do simples ato de mascar pastilha. Uma dupla de investigadores canadianos desenvolveu um dispositivo que é capaz de obter energia a partir dos movimentos da mandíbula ao comer, falar ou mastigar.
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Já é possível gerar eletricidade através do simples ato de mascar pastilha. Uma dupla de investigadores canadianos desenvolveu um dispositivo que é capaz de obter energia a partir dos movimentos da mandíbula ao comer, falar ou mastigar.
 
A solução é da responsabilidade de Aidin Delnavaz e Jeremie Voix, engenheiros mecânicos da École de Technologie Supérieure em Montreal, no Canadá, que acabam de dar a conhecer os primeiros resultados do dispositivo num estudo publicado em Setembro na revista científica Smart Materials and Structures.
 
Os especialistas estimam que o processo de mastigação durante uma única refeição permita gerar, em média, sete megawatts (mW). Para aproveitar esta energia, Delnavaz e Voix desenvolveram uma faixa que se acopla ao queixo feita à base de compostos de fibras piezoelétricas (PFC), material que produz carga elétrica quando é esticado ou sujeito a 'stress' mecânico.
 
Esta faixa foi cuidadosamente colocada na mandíbula de um voluntário com vista a que, com a mastigação, a mesma esticasse e encolhesse, gerando corrente. Para testar a performance do dispositivo, explica um comunicado, o indivíduo mascou pastilha durante 60 segundos. 
 
Embora o teste inicial tenha permitido produzir apenas cerca de 10 microwatts (µW) de eletricidade útil, os investigadores estão otimistas em relação à possibilidade de gerar muito mais energia com o aperfeiçoamento do dispositivo.
 
“Considerando que a energia média produzida na mastigação durante uma refeição é de cerca de 7mW, ainda temos um longo caminho a percorrer. A eletricidade que obtivemos é insuficiente para alimentar quaisquer aparelhos, mas se adicionarmos mais camadas de PFC à faixa será possível multiplicar a produção”, explica Aidin Delnavaz.
 
“Por exemplo, com 20 camadas de PFC com uma grossura total de seis milímetros, seríamos capazes de alimentar um par de auscultadores que precise de 200µW”, acrescenta o coautor do estudo.  
 
Os investigadores querem agora apostar na melhoria do dispositivo (através do aumento do número de elementos piezoelétricos) já que acreditam que esta pode ser uma boa alternativa para diminuir a dependência das pilhas, que não só são caras como podem ser altamente prejudiciais para o ambiente.
 
“A única parte dispendiosa deste dispositivo de produção de energia é a camada de PFC. Considerando o preço e a vida curta das pilhas, estimamos que um par de auscultadores que funcione através de auto-alimentação com o nosso sistema venha a compensar o investimento após três anos de uso”, sugere Delnavaz.
 
Além disso, “o dispositivo tem potencial para diminuir o impacto ambiental do uso de pilhas e trazer mais conforto aos utilizadores”, finaliza, alertando, porém, que, por enquanto, se trata apenas de um conceito.

Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês). 

Notícia sugerida por Maria Pandina

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