Uma equipa multidisciplinar portuguesa acaba de ser premiada no Congresso Mundial de Imagem Molecular (World Molecular Imaging Congress), que terminou recentemente em Seul, na Coreia.
Uma equipa multidisciplinar portuguesa acaba de ser premiada no Congresso Mundial de Imagem Molecular (World Molecular Imaging Congress), que terminou recentemente em Seul, na Coreia, graças a um estudo que identificou, em humanos, o neurotransmissor responsável pelas manifestações cognitivas da neurofibromatose.
O trabalho dos investigadores do Instituto de Ciências Nucleares Aplicas à Saúde (ICNAS) do Instituto Biomédico de Investigação de Luz e Imagem (IBILI) e da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (UC) foi considerado um dos três melhores entre os cerca de mil estudos apresentados.
A investigação portuguesa sobre a neurofibromatose – doença genética comum associada a dificuldades de aprendizagem – chegou, portanto, ao pódio, que dividiu com estudos desenvolvidos pelas universidades de Stanford (EUA) e Tuebingen (Alemanha).
Em comunicado enviado ao Boas Notícias, a UC explica que o trabalho, que tem como primeira autora a cientista portuguesa Inês Violante, faz parte de um estudo mais vasto intitulado “Das moléculas ao homem: novas ferramentas de diagnóstico por imagem em distúrbios neurológicos e psiquiátricos” e coordenado pelo neurocientista Miguel Castelo Branco.
O trabalho foi distinguido pelo júri pela sua “novidade” e “inovação”, que resultaram da combinação de “um complexo conjunto de técnicas e métodos existentes no ICNAS, desde o Ciclotrão até à imagem PET (tomografia por emissão de positrões) e Ressonância Magnética, aplicados à investigação clínica numa doença neurológica humana, a neurofibromatose”, esclarece o coordenador.
De acordo com Miguel Castelo Branco, que é também docente da UC, “esta combinação representou um enorme desafio”. Ao “entender como se comporta o neurotransmissor responsável por esta doença atualmente sem cura e muito associada ao atraso escolar, é agora possível desenvolver alvos terapêuticos para combater a patologia”, congratula-se o investigador.
Com um orçamento global de cerca de um milhão de euros, financiado em grande parte pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), a investigação iniciou-se em 2009 e reúne vários ramos do conhecimento, entre os quais a medicina, bioquímica, matemática, psicologia e engenharia.