A Serra da Estrela está a relançar a atividade da resinagem - que consiste na extração da resina dos pinheiros -, uma aposta que deverá "contribuir para a criação de postos de trabalho e para a limpeza e proteção da floresta".
A Serra da Estrela está a relançar a atividade da resinagem – que consiste na extração da resina dos pinheiros -, uma aposta que deverá “contribuir para a criação de postos de trabalho e para a limpeza e proteção da floresta”.
Em declarações à Lusa, David Bizarro, um dos responsáveis pelo projeto, explica que este relançamento se insere numa iniciativa do Baldio da Freguesia de Cortes do Meio, na Covilhã, que tem a seu cargo a gestão de uma área florestal superior a 450 hectares situada em pleno Parque Natural da Serra da Estrela.
Além de gerar emprego e de ajudar a salvaguardar uma extensão considerável de espaços verdes, a associação covilhanense pretende também “promover a criação de receitas próprias” através desta atividade.
“Este setor pode ter várias mais-valias e oportunidades”, não só “porque a resina tem cada vez mais procura (utiliza-se em vários produtos, como os cosméticos ou as pastilhas elásticas)”, mas também “porque é uma oportunidade para criar postos de trabalho e simultaneamente para contribuir para a limpeza e preservação da nossa floresta”, justifica David Bizarro.
Segundo o responsável, o projeto do Baldio da Freguesia de Cortes do Meio está “numa espécie de ano zero”, desconhecendo-se ainda as receitas que poderá gerar, mas o objetivo “é que permita pagar salários e até aumentar o número de postos de trabalho”.
Até ao momento, e em colaboração com o Instituto de Emprego e Formação Profissional, a iniciativa já permitiu empregar três pessoas, que receberam formação específica no sentido do desenvolvimento desta atividade.
A formação foi realizada por resineiros de Trás-os-Montes, região que tem desenvolvido com maior incidência esta atividade. “É verdade que na década de 1970 a resinagem chegou a ser uma das principais atividades económicas nacionais, mas atualmente na região estava absolutamente abandonada, pelo que para termos formação no terreno tivemos de ir buscar três resineiros de Trás-os-Montes”, esclarece David Bizarro.
Bizarro acrescenta ainda que, atualmente, a resina recolhida nos Cortes do Meio está a ser vendida a uma empresa de aglomerados de madeira com uma fábrica no Fundão.
O projeto está em vigor desde Abril e decorrerá “pelo menos até Dezembro”, altura em que a atividade deverá ser interrompida. Posteriormente o Baldio dos Cortes do Meio ambiciona manter os postos de trabalho, encaminhando os novos resineiros para outras atividades necessárias na proteção da floresta.