Portugal conquistou uma medalha de bronze e quatro menções honrosas na edição deste ano das Olimpíadas Internacionais da Física - IphO'2014, considerada pelos especialistas a mais difícil de que há memória, que decorreu no Cazaquistão.
Portugal conquistou uma medalha de bronze e quatro menções honrosas na edição deste ano das Olimpíadas Internacionais da Física – IphO'2014, considerada pelos especialistas a mais difícil de que há memória, que decorreu em Astana, a nova capital do Cazaquistão.
Em comunicado enviado ao Boas Notícias, a Universidade de Coimbra, em cujo Departamento de Física decorreu o treino da equipa portuguesa, integrado nas atividades da escola Quark! de Física para jovens, revela que a prova contou com a participação de 374 finalistas do ensino secundário de 85 países.
O português João Daniel Moreira, do Colégio Luso-Francês, no Porto, conquistou a única medalha nacional, de bronze, ao passo que Duarte Manuel Magano (Colégio Luso-Francês, Porto), Diogo Duarte Cruz (E.S. Domingues Sequeira, Leiria), António Manuel Carneiro (E.S. c/ 3.º Ciclo de Sta. Maria da Feira) e Afonso Tinoco dos Santos (Colégio de Santa Doroteia, Lisboa) receberam, cada um, uma menção honrosa.
Para Fernando Nogueira e Rui Travasso, líderes da delegação portuguesa, o desempenho luso foi muito positivo. “A prestação global dos nossos estudantes foi melhor do que nos anos anteriores, havendo, desta vez, um bom equilíbrio entre as classificações na prova teórica e na prova experimental”, elogiaram.
Segundo os docentes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), “as questões da prova teórica foram muito difíceis, exigindo muito à vontade em tópicos de Física a que os estudantes só foram expostos no processo, curto, de preparação para a IPhO”.
Por outro lado, “a prova experimental foi muito longa e era necessário ter grande destreza experimental para conseguir recolher e analisar todos os dados em tempo útil”, consideraram os especialistas.
Fernando Nogueira e Rui Travasso frisaram, aliás, que “as classificações gerais foram, de longe, as mais baixas de sempre”, o que atesta as dificuldades colocadas aos participantes internacionais nesta edição do concurso.
“Foi o árduo trabalho individual de preparação ao longo do ano, para além da escola, que foi aqui posto em evidência. Os professores destes alunos tiveram também um papel de extrema importância, visto que a preparação experimental foi feita com eles, nas escolas e fora do horário normal”, notaram, assegurando que “a deficiente preparação experimental ministrada no nosso ensino teria sido claramente insuficiente para realizar esta prova”.
Estudante chinês foi o grande vencedor da prova
De destacar que o vencedor absoluto desta olimpíada, que obteve a melhor classificação no conjunto dos dois testes, foi um estudante da República Popular da China, Xiaoyu Xu. Este ano, contrariamente ao habitual, os prémios para melhor prova teórica, melhor prova experimental e vencedor absoluto foram todos atribuídos a alunos diferentes.
As Olimpíadas Internacionais da Física, que já vão na sua XLV edição, são uma competição anual durante a qual jovens estudantes pré-universitários são convidados a demonstrar a sua preparação na disciplina em dois longos exames – um teórico e um experimental.
O nível de conhecimentos requeridos para realizar estas provas vai muito para além do programa do secundário de Física, envolvendo por parte dos estudantes um grande esforço e dedicação durante a fase de preparação.
As Olimpíadas Nacionais da Física, de onde saem os representantes portugueses, são promovidas pela Sociedade Portuguesa de Física com o patrocínio do Ministério da Educação e da Ciência, da Agência Ciência Viva e da Fundação EDP.