Duarte Nuno Vieira, especialista da Universidade de Coimbra, acaba de ser distinguido com o mais prestigiado prémio mundial das Ciências Forenses - o Prémio Douglas Lucas Medal, atribuído pela Academia Americana de Ciências Forenses.
Duarte Nuno Vieira, especialista da Universidade de Coimbra, acaba de ser distinguido com o mais prestigiado prémio mundial das Ciências Forenses – o Prémio Douglas Lucas Medal, atribuído pela Academia Americana de Ciências Forenses.
Criado em 1999, o Prémio Douglas Lucas Medal é atribuído apenas de três em três anos a um especialista forense que se tenha destacado particularmente pela contribuição dada para o desenvolvimento das ciências forenses a nível internacional.
Na atribuição do prémio a Duarte Nuno Vieira, o júri, que deliberou por unanimidade, sublinhou “o valioso trabalho desenvolvido pelo galardoado em diversos domínios das ciências forenses, e muito particularmente no âmbito da Patologia e Clínica Forenses, especialmente na defesa dos Direitos Humanos, bem como na organização de serviços médico-legais e forenses em vários países do mundo, e o forte impacto que o trabalho que concretizou até hoje teve na comunidade forense internacional”.
Em comunicado enviado ao Boas Notícias, o docente da UC revela que foi com “enorme surpresa e profunda emoção” que recebeu a notícia de ter sido distinguido “por um júri constituído pelos mais reputados e reconhecidos cientistas forenses internacionais”.
Missão “complexa” e “dolorosa”
“Considero que o mérito não é apenas meu, mas também dos que me acompanharam, e continuam a acompanhar, nesta missão complexa e, em certos contextos, dolorosa. Uma missão que se destina a ajudar aqueles que arrastam consigo os traumas de uma existência marcada pelo infortúnio e pelo sofrimento, por vezes com o cheiro da morte colado ao corpo”, acrescenta o especialista.
“Dedico-o a eles e a todos os peritos médico-legais que, às vezes em condições muito difíceis, dão diariamente o melhor que sabem e podem para ajudarem a sociedade e a justiça, não desistindo deste mundo que nos coube. Dedico-o sobretudo à minha família que tem sido elemento incondicional de apoio e compreensão e que tem constituído porto seguro de abrigo”, realça ainda Duarte Nuno Vieira.
O britânico Alec Jeffreys (que descobriu a utilização do ADN para fins forenses), o norte-americano Clyde Snow (pai da antropologia forense e da sua aplicação no âmbito dos direitos humanos), ou o suíço Margot (considerado por muitos como a maior autoridade mundial no domínio da criminologia) estão entre os galardoados em edições anteriores.
Esta distinção, a mais alta que se pode receber no domínio das ciências forenses, vai ser entregue durante o 20th World Meeting of the International Association of Forensic Sciences (IAFS), que decorrerá em Seoul, na Coreia do Sul, no próximo mês de outubro.
Um especialista que corre o mundo
Duarte Nuno Vieira já publicou mais de 200 artigos em revistas científicas, é editor ou coeditor de 8 livros e autor de mais de 40 capítulos em livros diversos e apresentou, como autor ou coautor, mais de 1.000 trabalhos em reuniões científicas.
Proferiu como conferencista convidado mais de 300 conferências fora de Portugal, em países europeus, asiáticos, africanos, do médico-oriente, australásia, e de todo o continente americano. Faz parte do conselho editorial das principais revistas internacionais no âmbito da Medicina Legal e ciências Forenses, bem como de revistas nacionais de múltiplos países (Espanha, Índia, Roménia, Polónia, Peru, Brasil, Egito, Turquia, China, Irão, Itália, Irlanda, entre outros).
Na qualidade de especialista forense tem integrado múltiplas missões internacionais realizadas em países da Europa, América Latina, Médio-Oriente, África, Australásia e Ásia, sobretudo no âmbito dos direitos humanos, sob os auspícios de organizações como a ONU, a Cruz Vermelha Internacional, a Comissão Europeia ou a Amnistia Internacional.
Notícia sugerida por Maria Pandina
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