O Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) aceitou a petição assinada por cerca de cinco mil pessoas para a classificação da Linha do Tua como Património de Interesse Nacional. A petição foi entregue a 26 de março e mereceu agora parecer favorável do Igespar, que abriu um processo de classificação.
Este procedimento implica, segundo a lei, que os imóveis em apreciação “não podem ser demolidos, alienados, restaurados ou alterados”, além de fixar uma zona de proteção de 50 metros onde não pode haver qualquer intervenção sem autorização e parecer prévio do IGESPAR.
A construção da barragem do Foz Tua, ainda em fase de aprovação, compromete a integridade da linha ao prever a submersão de 16 quilómetros de ferrovia. Por isso, muitos populares e governantes regionais têm vindo a insurgir-se contra as obras na histórica linha, considerando que “este património tem elevado potencial para o desenvolvimento turístico para a região e tem que ser preservado e valorizado”, referiram os subscritores da petição enviada ao IGESPAR, em comunicado.
Em dezembro de 1991, uma decisão política determinou o encerramento de metade da centenária linha ferroviária do Tua, entre Bragança e Mirandela, acentuando as assimetrias entre o litoral e o interior de Portugal e deixando algumas localidades à beira do despovoamento total.