Para além da beleza natural são muitos os trunfos que a Serra da Arrábida apresenta. A riqueza da flora na região é notável com quase 1500 espécies identificadas. A nível geológico é muito diversificada já que segundo especialistas, os rochedos datam da época em que os continentes se separaram havendo por isso muito material para investigação. A nível da fauna existem espécies em vias de extinção como a águia-de-bonelli, e espécies raras de morcegos para além da conhecida comunidade de golfinhos do Estuário do Sado.
“É dos poucos sítios onde tem tudo ao mesmo tempo: flora, fauna, geologia, pegadas de dinossauros, arquitetura civil, erudita, popular, saloia, religiosa e militar e fenómenos religiosos”, realçou ao JN o historiador Heitor Baptista Pato, frisando que em termos imateriais o Cabo Espichel é uma das maiores valias.
De acordo com o presidente da Câmara de Sesimbra e membro da Comissão Executiva, a candidatura irá abranger e valorizar também o património imaterial da região e a presença humana com as tradições, festas religiosas, as atividades tradicionais de pesca, agricultura, pastorícia e o trabalho com a pedra, próprio da região.
“A abrangência da candidatura é diferente e reduz o aspeto negativo que teria uma candidatura que fosse apenas a Património Natural”, acrescentou Augusto Pólvora, que falava à Lusa.
A candidatura da Arrábida a Património Mundial já consta da lista indicativa da UNESCO desde 2004 e vai agora ser apresentada formalmente.