A capela do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, reabre esta terça-feira ao público, depois de estar encerrada durante mais de um século. No interior encontra-se exposta a única tela de El Greco, em Portugal, intitulada 'Santa Face de Cristo'.
A capela do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, reabre esta terça-feira ao público, depois de estar encerrada durante mais de um século. No interior encontra-se exposta a única tela de El Greco, em Portugal, intitulada 'Santa Face de Cristo'.
Datado do primeiro quartel do século XVII, o óleo do artista foi adquirido pelo rei D. Luís, marido de D. Maria Pia, fazendo, agora, parte do programa museológico da capela. A cerimónia de reabertura está marcada para as 18h30 desta terça-feira, num ato que vai “devolver ao olhar do público um espaço desconhecido”.
José Alberto Ribeiro, diretor do palácio, conta que a capela está de portas fechadas desde a proclamação da República em 1910. O seu restauro, inclusive, “seguiu as indicações documentais de 1910, a partir dos arrolamentos judiciais daquilo que estava em cada uma das divisões do palácio real, sendo muito fiel ao que seria no final da monarquia.
O projeto quis “restaurar o espaço – que é muito bonito – e mostrar algumas peças de referência da coleção do palácio, como pinturas importantes de mestres italianos dos séculos XVII e XVIII, escultura e alfaias religiosas” em prata.
“Construída quase toda em madeira”, a capela da rainha tem por base um “programa decorativo pelo arquiteto Manuel Ventura Terra, em finais do século XIX, com o pintor Veloso Salgado, autor da pintura de Nossa Senhora com o Menino”.
Trata-se de uma “caixa em madeira de carvalho criada dentro de uma sala já existente no palácio, no piso térreo, à direita da entrada para o vestíbulo, na ala sul, e inclui alguns objetos criados pelo arquiteto, como as ferramentas das portas e o sacrário, numa linha neomedieval e 'arts & craft' do final século XIX”.
O espaço religioso mostra alguns santos da devoção da rainha Maria Pia, nomeadamente Santa Rita de Cássia, S. Francisco Xavier, S. Carlos Borromeo e a Virgem de Paris, ligada à “imagem milagrosa”, e ainda o seu missal, em madrepérola.
“A antecâmara e a sacristia, com algum mobiliário original, foram musealizadas de forma a mostrar algumas peças de cariz religioso das coleções do palácio”, acrescenta o responsável.
Notícia sugerida por Patrícia Guedes