Cultura

Descoberta correspondência entre português e Darwin

Foi descoberto um espólio com desenhos e manuscritos inéditos do naturalista Francisco Arruda Furtado, que provam a troca de correspondência entre o português e Charles Darwin. O mesmo encontrava-se escondido numa gaveta do Museu de História Natural,
Versão para impressão
Foi descoberto um espólio com desenhos e manuscritos inéditos do naturalista Francisco Arruda Furtado, que provam a troca de correspondência entre o português e Charles Darwin. O mesmo encontrava-se escondido numa gaveta do Museu de História Natural, em Lisboa.
 
A obra documental (com desenhos, cartas e textos diversos) aborda áreas como História, Malacologia (ramo da biologia que estuda os moluscos) e Antropologia. Encontrava-se fechada à chave numa gaveta da biblioteca, na sala do Concelho Escolar, onde se reuniam os professores da antiga Escola Politécnica.
 
Marta Lourenço, coordenadora da equipa de investigadores responsável pela análise do espólio encontrado, diz tratar-se de uma “descoberta sem precedentes”. A data em que o material entrou no museu é ainda desconhecida, mas suspeita-se que o mesmo já se encontrava no local onde foi encontrado antes do incêndio que atingiu o edifício em 1978.
 
Os documentos dão conta da troca de correspondência entre Francisco Arruda Furtado, um dos maiores naturalistas portugueses de todos os tempos, e Charles Darwin, autor da teoria da evolução das espécies através da seleção natural. Antes de morrer, aos 33 anos, em Junho de 1887, o açoriano trabalhou durante cerca de três anos no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, onde deixou uma extensa produção científica. 
 
Agora, para analisar o espólio, o museu criou uma equipa multidisciplinar, composta por um historiador, um ilustrador científico, vários conservadores, restauradores, arquivistas e especialistas ligados à parte digital. Segundo a responsável, a descoberta “é mais do que um conjunto de desenhos”, tratando-se, antes, de “conjuntos coerentes de desenhos com documentação”.
 
“No seu todo, isto é uma mina para a História”, refere à Lusa. “Apesar de esta casa ter tido muita gente famosa, não sei se temos mais algum espólio pessoal como este, pertencente a um biólogo com esta vida tão singular”.
 
Há também uma cópia de uma carta que José Vicente Barbosa du Bocage, então político português e curador de zoologia do Museu de História Natural de Lisboa, “enviou para o Ministério do Reino a pedir a colocação de Arruda Furtado aqui no Museu”, e um peixe desenhado ao contrário – da direita para a esquerda –, que “demonstra que Arruda teve uma formação de desenho”, assinalou Alda Namora, arquivista do Museu.
 
Do ponto de vista histórico, as descobertas vão “valorizar um cientista bastante importante no seu tempo e na própria história da ciência portuguesa, sobretudo da história da história natural portuguesa”, diz David Felismino, historiador da ciência. “Francisco Arruda Furtado acaba por ser pioneiro em termos de estudos de antropologia Física, da própria Defesa, na Didáctica da teoria da evolução”.
 
Os inéditos vão ser exibidos ao público, naquele museu, a partir Setembro, e, posteriormente num portal online, quando a equipa finalizar o processo de catalogação dos documentos.

Notícia sugerida por Elsa Fonseca e Maria Manuela Mendes

Comentários

comentários

PUB

Live Facebook

Correio do Leitor

Mais recentes

Passatempos

Subscreva a nossa Newsletter!

Receba notícias atualizadas no seu email!
* obrigatório

Pub

Este site utiliza cookies. Ao navegar no site estará a consentir a sua utilização. Saiba mais aqui.

The cookie settings on this website are set to "allow cookies" to give you the best browsing experience possible. If you continue to use this website without changing your cookie settings or you click "Accept" below then you are consenting to this.

Close