Portugal tem potencial competitivo para conquistar clientes para o turismo de saúde em diversos países europeus, em áreas como a cirurgia às cataratas ou alguns tratamentos estéticos, e pode conseguir gerar 400 milhões de euros por ano.
Portugal tem potencial competitivo para conquistar clientes para o turismo de saúde em diversos países europeus, em áreas como a cirurgia às cataratas ou alguns tratamentos estéticos, e pode conseguir gerar 400 milhões de euros por ano se apostar na promoção deste sector.
A conclusão é do estudo “Definição da estratégia coletiva para o sector do Turismo de Saúde e Bem-Estar Português”, que vai ser apresentado no Porto esta terça-feira e que foi preparado pela Accenture e a Neoturis para o Health Cluster Portugal e para a Associação Empresarial de Portugal e a Câmara de Comércio e Indústria, parceiras no projeto.
Por turismo de saúde entende-se tanto o turismo médico, que pode ser reativo, quando a intervenção é necessária por questões de saúde, ou proativo, quando se trata de uma decisão da pessoa, como estética ou fertilizações em vitro, como o turismo de bem-estar.
Em declarações à Lusa, o diretor executivo do Health Cluster Portugal, Joaquim Cunha, avançou que “a grande conclusão [do estudo] é que [Portugal tem] condições para poder ter uma operação bem-sucedida na área do turismo de saúde”, faltando ao País a questão da reputação, “o que leva aos aspetos da promoção e da divulgação” do turismo, dos serviços de saúde e, em última instância, de Portugal.
Propõe-se, portanto, a criação de uma plataforma virtual, “o menos formal possível, para permitir que cada um tenha a sua atividade normal e aqui encontre um fórum onde coletivamente se trabalhe em termos de promoção”, explica Joaquim Cunha face aos resultados do estudo.
Segundo o responsável, a promoção “ganhará eficácia quanto mais coletiva for”, com articulação entre agentes públicos e privados, centrando-se na marca Portugal com vista a “vender o País como um destino de qualidade”.
“A médio prazo, num horizonte de quatro ou cinco anos, com uma boa estratégia de promoção, no turismo médico podemos ter a ambição de chegar aos 100 milhões de euros”, a que se junta o turismo de bem-estar, “muito mais abrangente e com ordens de grandeza cerca de três vezes superiores, de 300 milhões de euros”, estima Joaquim Cunha.
De acordo com o diretor executivo do Health Cluster Portugal, os números a que chega o estudo “apontam para a soma dos dois, qualquer coisa na casa dos 400 milhões de euros por ano”.
Para o especialista, “o turismo médico é mais difícil, os volumes de negócio até são mais baixos”, mas esta é uma área “estruturante” para ser possível chegar “ao turismo de bem-estar”, já que se não conseguir ser competitivo e credível no turismo médico, “dificilmente” Portugal conseguirá uma operação bem-sucedida no turismo de bem-estar.
A análise efetuada centrou-se no estudo do turismo médico reativo (necessário por questões de saúde) e concluiu que existem sete mercados a nível europeu onde a procura se adequa melhor à oferta portuguesa: Áustria, Holanda, Suécia, Reino Unido, França, Espanha e Alemanha.
Além disso, o estudo refere também o potencial existente em países como Angola ou Moçambique como “muito importante”, embora o contributo para as receitas não esteja quantificado devido à falta de informação.
Os procedimentos com maior potencialidade são a cirurgia às cataratas, a artroplastia da anca, a angioplastia coronária, a colecistectomia, a hérnia inguinal e femoral, a artroplastia do joelho e a prostatectomia.
Em termos de estética, Portugal pode ser particularmente competitivo em intervenções como o aumento ou redução do peito, facelifts, rinoplastias ou abdominoplastia, finalizou o diretor executivo do Cluster.