Para combater a poluição causada pelo excesso de sacos de plástico, um jovem português decidiu recuperar a tradição do saco do pão. O Saco Pa-pão, feito de restos de lençóis, está a pegar e até já chegaram encomendas da Austrália.
É português. É bonito. É prático. E é 100 por cento ecológico. Para combater a poluição causada pelo excesso de sacos de plástico, um jovem português decidiu recuperar a tradição do saco do pão. O Saco Pa-pão, feito de restos de lençóis, está a pegar e até já chegaram encomendas da Austrália.
por Patrícia Maia
André da Silva tem 34 anos e é formado em Microbiologia. Embora seja natural do Porto, viveu “grande parte da sua vida em Seia, próximo da Serra da Estrela, onde tinha “como diversão brincar pelas florestas”. Daí, conta ao Boas Notícias, vem a sua forte “ligação emocional à Natureza”.
Mas a ideia de recuperar o tradicional saco de pano para o pão, surgiu mais recentemente, quando André decidiu começar a levar um saco de pão sempre que ia à padaria do seu amigo Wilson.
Sacos feitos de restos de lençóis
“O meu saco dava sempre motivo para conversa animada e com ele tive noção da quantidade de sacos que as pessoas levam para casa mensalmente, bem como a despesa que as lojas têm”, conta.
Assim nasceu, no início de 2013, o Saco Pa-pão. Embora já haja marcas e lojas que vendem este tipo de sacos, André decidiu pô-los à venda no local mais óbvio: as padarias. Além disso, quis apostar num produto 100% ecológico. Para isso contactaram a portuguesa NaturaPura que fabrica os dois modelos, o Zinho (6,9 euros) e o Zão(8,5 euros), do Saco Pa-pão atualmente disponíveis.
Esta empresa trabalha com algodão biológico e não usa tintas, aproveitando as cores naturais do algodão. E como os Sacos Pa-pão são feitos de sobras de lençóis “os padrões são sempre uma surpresa: às vezes vêm com riscas grossas, outras com riscas finas, por vezes de cor verde, ou castanho”, conta o jovem empreendedor.
André da Silva sublinha que “não inventou nada de novo”. “A minha avó já tinha o hábito de reutilizar os sacos”, recorda. E avança com números para reforçar a importância desta escolha ecológica: “se eu for 200 vezes à padaria por ano, evito desperdiçar 200 sacos por ano. Se 1 milhão de pessoas o fizer, serão 200 milhões de sacos de plástico a menos”.
Sacos Pa-pão já chegaram à Austrália
Neste momento, André da Silva já vendeu cerca de 500 Sacos Pa-pão, tanto nos locais de venda (lojas e padarias) como online. A maior parte das encomendas vem do Porto e de Lisboa, mas André conta que já enviou Sacos Pa-pão para Macau, para a Alemanha, para Inglaterra, para o Brasil e até para a Austrália.
Aliás, a aposta no estrangeiro é uma das prioridades deste projeto português. Ainda este ano, André da Silva conta colocar o Saco Pa-pão em, pelo menos, “algumas padarias de Londres, Roma, Barcelona, Paris e Berlim”.
Na calha está também uma inovação. “Temos tido muita gente a pedir Sacos Pa-pão para sandes individuais para o almoço no trabalho”, conta André revelando que em breve, esse novo produto deverá estar disponível.
Além deste projeto, André da Silva também toca na banda Be-dom e lançou, este ano, uma empresa de entrega de cabazes com produtos biológicos domicílio, a www.Bioemcasa.com, que faz distribuição na região do Porto. Atividades que, mais uma vez, refletem uma aposta na criatividade e no ambiente.
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