Ciência

Reflexo no espelho alivia sensação de comichão

A próxima vez que sentir uma vontade incontrolável de coçar alguma parte do corpo, pode usar um espelho para aliviar a sensação.
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A próxima vez que sentir uma vontade incontrolável de coçar alguma parte do corpo, pode usar um espelho para aliviar a sensação. Um novo estudo alemão vem provar que a nossa perceção corporal pode ser facilmente manipulada através de truques tão simples como um reflexo.
 
A técnica de usar o reflexo de um membro humano num espelho já tem sido usada para tratar, por exemplo, as dores fantasmas de que sofrem as pessoas que foram amputadas. 
 
Agora, o investigador Christoph Helmchen e a sua equipa da Universidade de Lübeck (Alemanha) conseguiu provar que a mesma técnica pode ser usada para aliviar comichão – um impulso que, por vezes, pode ser crónico ao ponto de causar feridas.
 
Para testar a ideia, a equipa injetou 26 voluntários do sexo masculino com uma substância que causa comichão. Uma vez que esta substância causa vermelhidão no local onde foi injetada, os investigadores coloriram o braço oposto com a mesma cor, para que os dois braços ficassem com aparência idêntica.

Depois, os pacientes puderam coçar a zona irritada e, alternadamente, a mesma zona no braço que não tinha sido injetado. Naturalmente, só sentiram alívio quando coçaram o braço realmente afetado.
 
Contudo, após este teste inicial (que confirmou o alívio proporcionado ao coçar a zona afetada), os investigadores colocaram um espelho em frente a cada participante refletindo apenas o braço colorido que não tinha sido injetado.

A equipa pediu aos participantes para olharem apenas para o reflexo sem nunca olharem os seus braços. Depois, coçaram o braço que não tinha comichão e confirmaram que os participantes sentiram alívio, ainda que esse mesmo alívio não tivesse a mesma intensidade registada quando coçaram o braço verdadeiramente afetado. 
 

Assim, o estudo confirma que as imagens visuais que chegam ao cérebro têm um poder de sugestão suficientemente forte para se sobreporem às mensagens físicas do corpo.
 
Citado pela revista NewScientist, onde o estudo foi publicado, o neurobiólogo britânico Francis McGlone, da Universidade Liverpool John Moores (Reino Unido), disse que esta investigação poderá ser “usada nos casos de pacientes que forem de comichão crónica”, podendo resultar numa “acentuada melhoria da sua qualidade de vida”. 

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