Dois investigadores portugueses publicaram recentemente dois artigos em colaboração com o Prémio Nobel da Química de 2008, Osamu Shimura, e com cientistas russos.
Dois investigadores portugueses publicaram recentemente dois artigos em colaboração com o Prémio Nobel da Química de 2008, Osamu Shimura, e com cientistas russos. Os artigos em causa centram-se no estudo das substâncias químicas envolvidas na emissão de luz azul (bioluminescência) das minhocas siberianas.
Este tipo de minhoca “luminosa”, de nome científico Fridericia heliota Zalesskaja, foi descoberta em 1990 na Sibéria mas, apesar de terem já passado 23 anos, não se conhece ainda em pormenor a reação e o mecanismo da reação de emissão da luz.
O objetivo do trabalho passou pela definição das estruturas químicas da luciferina (reagente principal da reação emissora de luz) e da oxiluciferina (produto principal da reação emissora de luz).
Agora, Joaquim C.G. Esteves da Silva, docente do Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), e Simone Marques, estudante de Doutoramento em Química daquela universidade, viram os seus artigos publicados na última edição da revista científica Tetrahedron Letters, referência mundial no campo da química orgânica.
Um dos artigos publicados na prestigiada revista científica sintetiza, pela primeira vez, a estrutura do CompX, um aminoácido que apresenta semelhança com a molécula responsável pela emissão de luz de vários animais (a tirosina), ao passo que o outro se centra no estudo do AsLn2, um peptido que os investigadores julgam estar envolvido na biosíntese da minhoca.
De acordo com o portal de notícias da Universidade do Porto, a investigação teve início a partir de uma colaboração entre uma linha do Centro de Investigação em Química da Universidade do Porto coordenada pelo docente português e incluída no plano de trabalho de doutoramento de Simone Marques, e a equipa do russo Valentin N. Petushkov do instituto de biofísica da Academia de Ciências da Rússia.
Mais recentemente, outros investigadores começaram a trabalhar no assunto e a colaborar com a dupla portuguesa, em particular Osamu Shimomura, que conquistou, em 2008, o prémio Nobel da Química, e que foi o primeiro a isolar a proteína verde fluorescente (Green Fluorescent Protein – GFP).
Clique AQUI para aceder ao primeiro e AQUI ao segundo estudo publicados (em inglês).
Notícia sugerida por António Resende