O mais antigo cinema de Lisboa vai reabrir ao público, no Chiado, já na primavera do próximo ano, desta vez pelo nome Cinema Ideal. Com uma programação mais virada para o cinema independente, o até agora conhecido como 'Cine-Paraíso' vai voltar a abr
O mais antigo cinema de Lisboa vai reabrir ao público, no Chiado, já na primavera do próximo ano, desta vez pelo nome Cinema Ideal. Com uma programação mais virada para o cinema independente, o até agora conhecido como 'Cine-Paraíso' vai voltar a abrir as portas, numa parceria entre a Midas Filmes e a Casa da Imprensa.
Em conferência de imprensa, o produtor e distribuidor Pedro Borges revelou que a identidade do novo cinema será a de um cinema de bairro, com programação pensada para que as pessoas “possam reganhar o gosto de ir a uma sala de cinema, porque é uma sala de cinema, e não apenas porque querem ver um filme”.
A Casa da Imprensa, proprietária do edifício onde está localizado o cinema, estabeleceu um contrato a dez anos com a Midas Filmes, num investimento de cerca de 350.000 euros para explorar a nova sala com capacidade para 200 espetadores e exibição digital.
“Não estávamos satisfeitos com o perfil do cinema e decidimos procurar uma alternativa que fosse mais consentânea com os estatutos da Casa da Imprensa”, referiu Goulart Machado, presidente da Casa da Imprensa.
“Pretendíamos requalificar a sala e decidimos fazer de tudo para não pôr sequer a hipótese daquele equipamento cultural ser outra coisa qualquer”.
O espaço vai ter cadeiras novas, ecrã de projeção novo e vai estar articulado com um segundo piso do edifício onde funcionará o Salão Ideal, composto por uma cafetaria, livraria, biblioteca e DVDteca de cinema.
“Nós e outros distribuidores e produtores de cinema português e distribuidores de cinema europeu independente achamos que a cidade de Lisboa precisa de outro tipo de cinemas, que não apenas os cinemas dos centros comerciais, que passam basicamente cinema americano e vendem pipocas”, afirma Pedro Borges.
A programação do Cinema Ideal será feita por uma associação cultural, que reunirá mais de uma dezena de figuras da área do cinema, entre produtores, realizadores e atores, entre os quais está a atriz Rita Blanco.
Pedro Borges adiantou que, em 2014, pretende exibir o último filme de Paulo Rocha – 'Se eu fosse ladrão roubava' -, assim como as versões digitais restauradas de 'Mudar de vida' e 'Verdes Anos', do mesmo realizador, quando passam 50 anos da existência do Cinema Novo Português.
“Contamos estrear no primeiro ano de atividade, por exemplo, os novos filmes de Pedro Costa, João Salaviza, Margarida Cardoso, João Botelho e os documentários de Bruno de Almeida e João Canijo”, anuncia.
O Cinema Ideal irá ainda assinalar os 40 anos da Revolução de Abril e colaborar com as próximas edições do festival IndieLisboa, da mostra Panorama, e do festival de Curtas-Metragens de Vila do Conde.
“Bons filmes, boas condições para os ver, num espaço confortável que não seja igual aos outros todos. Vamos tentar uma política muito diferenciada, em termos de preços”, resumiu Pedro Borges.