Uma equipa de investigadores do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), da Universidade de Coimbra, está a produzir "três novas moléculas capazes de detetar diversos tipos de cancro".
Uma equipa de investigadores do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), da Universidade de Coimbra, está a produzir “três novas moléculas capazes de detetar diversos tipos de cancro”. Depois da aprovação do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento, os especialistas querem disponibilizar estas moléculas que, até aqui, eram de difícil acesso pelos hospitais portugueses.
Pelos nomes 'Fluorocolina (18F) UC', 'NaF (18F) UC' e 'DOTA-NOC (68Ga) UC', as três novas moléculas vão ser produzidas para a deteção de vários tipos de cancro. A Fluorocolina, por exemplo, é “essencial para a deteção do cancro da próstata, o tipo de cancro mais comum nos homens em Portugal”, explica a instituição universitária em comunicado enviado ao Boas Notícias.
Já a NaF é utilizada para a deteção de metástases ósseas provocadas por vários tipos de cancro, como, por exemplo, os cancros do pulmão, da mama e da próstata.
“Por um lado, é de esperar uma redução bastante significativa de custos porque, até agora, estes dois radiofármacos eram importados de Espanha”, afirmam os investigadores Antero Abrunhosa e Francisco Alves. No entanto, por outro, a sua produção “aumentará a acessibilidade aos exames PET (tomografia por emissão de positrões), baseados nestas moléculas”.
A terceira molécula a ficar disponível no mercado – a 'DOTA-NOC' – é uma molécula recente e utilizada no “diagnóstico de tumores neuroendócrinos, tumores raros relacionados com as células neuronais (do sistema nervoso), que podem surgir em diferentes partes do organismo e cuja deteção é muito difícil com as técnicas convencionais”, acrescentam os dois especialistas.
Até agora, para recorrer à sua utilização, as unidades de saúde nacionais que possuem a tecnologia PET necessitavam de “um sistema gerador, com custos de investimento muito elevados”. A investigação do ICNAS veio, no entanto, permitir a “síntese da molécula com características de qualidade farmacêutica, que permitem a sua disponibilização à medida das necessidades”.
A nível clínico estas três novas moléculas são fundamentais para “a caracterização do diagnóstico, planeamento dos tratamentos e avaliação pós-terapêutica”. Ainda assim, para o ICNAS, as mesmas “são também ferramentas essenciais para ajudar a esclarecer os mecanismos das diversas patologias oncológicas, permitindo, no futuro, desenvolver novas abordagens de tratamento das doenças do foro oncológico”.
Notícia sugerida por Maria Pandina