A galáxia, designada de IRAS 08572+3915, é conhecida há 30 anos, desde as observações com o telescópio espacial de infravermelhos IRAS, mas só agora foi possível concluir que esta é, provavelmente, a galáxia mais luminosa do Universo Local. Esta conclusão foi possível através de uma análise detalhada das observações feitas com o Telescópio Espacial Herschel, da ESA, e com o Telescópio Espacial Spitzer, da NASA.
A equipa internacional de astrónomos que anunciou a descoberta desta galáxia, liderada por Andreas Efstathiou, da Universidade Europeia de Chipre, conta com a participação de José Afonso, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e diretor do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa (CAAUL), para além de outros 18 cientistas de universidades da Europa e dos EUA.
“Esta é uma das galáxias mais extremas que conhecemos no Universo. A sua proximidade permite-nos compreender os processos que marcam a evolução de uma galáxia ao longo dos quase 14 mil milhões de anos da história do Cosmos”, refere José Afonso num comunicado do CAAUL enviado ao Boas Notícias.
“Colisões entre galáxias, como a que levou à formação da IRAS 08752, eram muito frequentes no passado, quando o Universo possuía apenas 4 mil milhões de anos”, conclui o astrónomo português.
A IRAS 08752 revela, em detalhe, o que sabemos existir no Universo primitivo. O estudo desta galáxia passará agora pelo uso do novo telescópio ALMA que, constituído por 66 antenas, permitirá desvendar o segredo da sua enorme luminosidade.
O CAAUL é um centro de investigação em astronomia e astrofísica envolvido em projetos internacionais e com uma elevada produção científica. Para além da investigação de projeção internacional, tem vindo a desenvolver atividades de divulgação como cursos, palestras, visitas e observações astronómicas para o público em geral.
Notícia sugerida por Maria Pandina, Gonçalo Alexandre e Elsa Fonseca