Mesmo que viva numa zona urbana, se tiver uma varanda ou um quintal pode plantar muitos dos frutos e legumes que come. O catalão Marc Estévez Casabosch acaba de editar em Portugal um guia prático que ajuda qualquer 'bicho da cidade' a plantar uma hor
Mesmo que viva numa zona urbana, desde que tenha uma varanda ou um quintal pode plantar muitos dos frutos e legumes que usa em casa. O catalão Marc Estévez Casabosch acaba de editar em Portugal um guia prático que ajuda qualquer ‘bicho da cidade’ a plantar uma horta de sucesso, gastando apenas 15 minutos por dia.
por Patrícia Maia
O objetivo do livro “Uma horta para ser feliz” (editado pela Arteplural) não é propriamente “por as pessoas a viver da terra mas sim ajudá-las a serem mais autossuficientes em termos alimentares, seja plantando na sua varanda, num jardim, ou num quintal”, explicou Marc Casabosch ao Boas Notícias, durante o lançamento da obra, esta quinta-feira, na Cozinha Comunitária da Mouraria, em Lisboa. Sobretudo, acrescenta, o objetivo é ajudá-las a “produzir comida boa, de qualidade, uma coisa que hoje em dia parece ser um privilégio das elites”.
Marc viveu até por volta dos 20 anos na cidade de Barcelona antes de se mudar para o campo, com a mulher e o filho. Há cerca de 10 anos, quando foi para os Pirinéus, não sabia plantar uma batata. Hoje em dia, planta quase tudo o que come. Este livro é um reflexo da sua própria experiência.
“Tentei explicar tudo da maneira mais simples e resumida possível porque eu também não sabia nada e aprendi. Deixei a cidade, vim para o campo e correu tudo bem”, recorda. “Mesmo quem nunca tiver tocado na terra, vai conseguir”, garante. Assim, seguindo as dicas práticas deste livro recheado de fotos e ilustrações, será fácil ter uma varanda ou um quintal com muitos alimentos para usar no dia-a-dia.
O que plantar numa varanda
Em espaços mais reduzidos como as varandas, é possível plantar com toda a facilidade e sucesso qualquer tipo de verduras (espinafres, alface, canónigos, rúcula) bem como rabanetes, cebolas, alho e pimentos, diz Marc. Morangos e cogumelos, embora exijam alguns cuidados, também são boas opções. Até mesmo os feijões e as favas se adaptam facilmente a espaços pequenos, já que podem crescer na vertical.
Desaconselháveis, em áreas reduzidas, são os grandes legumes e frutas, como as abóboras ou os melões. “Este tipo de plantações ocupam uma grande quantidade de terra para crescer, e mais vale ter uma varanda com bastantes cebolas ou verduras e plantas aromáticas do que ocupar esse espaço com dois ou três melões ou abóboras”, avisa.
Os ingredientes para uma horta saudável
Outra ideia que Marc faz questão de desmistificar é a de que é preciso
dedicar muito tempo a uma horta para que seja rentável: “Basta dedicar 15 minutos por dia à nossa horta ou varanda, verificando a água e as folhas, para as coisas correrem bem”. No caso de pragas ou fungos, por exemplo, é preciso estar atento para combater logo o problema com as soluções naturais e biológicas que Marc descreve no seu livro.
“A luz natural direta durante cinco ou seis horas por dia (exceto no caso das aromáticas que não precisam de tanta luz), água e terra boa” são outros ingredientes indispensáveis. “A terra que se usa para as flores não serve já que não tem muitos nutrientes”, alerta o hortelão.
Seguindo estes conselhos, e o calendário de cultivo que Marc disponibiliza no livro “Uma horta para ser feliz”, onde é possível ver a épocas ideais de cada plantação em todo o país, é impossível falhar. “É muito importante conhecer os ciclos e saber o que plantar em cada altura”, reforça Marc.
Plantar, cozinhar, conservar
Por fim Marc avisa que cultivar e cozinhar “são duas atividades inseparáveis” e que um dos truques para ter uma experiência positiva passa por usar a cozinha para saber guardar e aproveitar ao máximo a nossa produção, por mais pequena que seja. “Nós só comemos tomate fresco na salada no Verão. Mas guardamos muito tomate em conserva, em compotas, ou congelamos, e por isso temos tomate todo o ano”, explica.
Para atingir a felicidade suprema, Marc desafia os citadinos a darem mais um passo e apostarem, se tiverem um pequeno quintal, na aquisição de duas galinhas: “além de fornecerem ovos (um super alimento) e adubo para a terra, tornam-se dois elementos que completam a família!”, garante.
Com ou sem galinhas, Marc Casabosch conclui sublinhando que “mexer na terra, nem que seja apenas uns minutos por dia, é uma espécie de meditação e é mesmo uma atividade que, por vezes, é usada como terapia”.
Clique AQUI para visitar o Facebook da Marc Casabosch.
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