O prestigiado jornal norte-americano The New York Times publicou, esta quinta-feira, um extenso artigo sobre o crescimento das exportações portuguesas, dando especial ênfase à indústria do azeite.
O prestigiado jornal norte-americano The New York Times publicou, esta quinta-feira, um extenso artigo sobre o crescimento das exportações portuguesas, dando especial ênfase à indústria do azeite.
A Herdade de Manantiz, que já produz azeite há 127 anos, serve de fio condutor da reportagem de Raphel Minder. O jornalista explica que, perante a recessão, esta herdade – que anteriormente vivia para o mercado interno – passou a apostar na modernização da produção e na procura de clientes no exterior.
O investimento de 197.000 euros já deu frutos: em Maio a empresa completou a sua primeira venda no mercado externo, a um cliente brasileiro que comprou 504 garrafas de azeite, e está em negociações com clientes suecos e japoneses.
Raphel Minder considera que esta aposta nas exportações, incentivada por alguns economistas, tem vindo a ajudar as empresas nacionais. “Uma vez que muitas das empresas do país aceitaram que o crescimento deve ocorrer fora das fronteiras, a economia está a começar a melhorar”, diz o jornalista que aponta os últimos dados do Eurostat, respeitantes à subida de 1,1 por cento do PIB português, para reforçar esta teoria.
O princípio do fim da recesão
Citando o economista Luís Cabral, professor de economia da Universidade de Nova York, o artigo defende que Portugal “chegou ao princípio do fim da recessão”, mas alerta para a dificuldade que as empresas continuam a sentir no momento de pedir financiamento à banca.
Raphel Minder dá o exemplo da Herdade de Manantiz que, durante três anos, tentou sem sucesso obter um empréstimo para o sofisticado sistema de irrigação que implementou. Por fim, a herdade acabou por conseguir um subsídio do Estado e da União Europeia, destinado ao desenvolvimento rural, que apoiou 40 por cento do investimento.
“Antes deste sistema de irrigação, a Herdade de Manantiz contava, quase exclusivamente, com a época das chuvas para alimentar as suas 30.000 oliveiras, plantadas num terreno de 529 hectares, numa das regiões mais secas da Europa do sul”, salienta Minder.
É este tipo de investimento que, sublinha o jornalista, tem feito a indústria do azeite vingar no mercado externo. Apontando dados da Casa do Azeite, Raphel Minder salienta que as exportações de azeite duplicaram, desde 2008, após sucessivos anos em queda, sendo que, só em 2012, as exportações aumentaram mais de 20%, como noticiou, na altura, o Boas Notícias.
Além do azeite, o jornalista destaca, na conclusão do artigo, outras indústrias portuguesas que têm sido bem-sucedidas no mercado externo, como os combustíveis e lubrificantes da refinaria da Galp, em Sines, ou os setores da comida e bebida, bem como a indústria dos móveis que, em 2012, gerou receitas de mil milhões de euros.
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