O exercício físico é capaz de melhorar a função cognitiva em indíviduos com risco elevado vir a sofrer de doença de Alzheimer, aumentando a eficiência da atividade cerebral associada à memória.
O exercício físico é capaz de melhorar a função cognitiva em indíviduos com risco elevado vir a sofrer de doença de Alzheimer, aumentando a eficiência da atividade cerebral associada à memória. A conclusão é de um grupo de investigadores da Universidade de Maryland, nos EUA.
O estudo, publicado na revista científica Journal of Alzheimer's Disease e coordenado pelo professor Carson Smith (à direita), é o primeiro a provar que a prática de exercício por parte de seniores com danos cognitivos moderados (com uma média de idades de 78 anos) melhora não apenas a memória, mas também o funcionamento do cérebro, de acordo com o que revelaram imagens obtidas através de ressonâncias magnéticas funcionais.
Dois grupos de idosos fisicamente inativos (com idade entre os 60 e os 88 anos) foram submetidos a um programa de exercício de doze semanas baseado em caminhadas regulares numa passadeira rolante com o acompanhamento de um treinador pessoal.
Os dois grupos – um dos quais incluía indivíduos com danos cognitivos moderados e outro indivíduos com um cérebro saudável – melhoraram a função cardiovascular em cerca de 10% ao fim das doze semanas do estudo e ambos melhoraram, de forma assinalável, o desempenho ao nível da memória.
“Descobrimos que, após 12 semanas de exercício moderado, os participantes no estudo tiveram melhorias na eficiência neuronal, ou seja, passaram a precisar de menos recursos nauronais para desempenhar a mesma tarefa envolvendo a memória”, explica Smith (à direita), em comunicado, acrescentando que até hoje “nenhum estudo mostrou que um fármaco consiga fazer o que, assim, fica provado que é possível conseguir com exercício”.
Os resultados do estudo agora dado a conhecer sugerem que o exercício pode reduzir a necessidade de “sobreativação” do cérebro para permitir que os indivíduos se recordem de determinada informação, o que, salienta o investigador, são notícias encorajadoras para aqueles que estão preocupados em preservar as funções cerebrais.
O objetivo de Smith é conduzir, futuramente, uma nova investigação com um maior número de participantes, incluindo indivíduos saudáveis com predisposição genética para desenvolver doença de Alzheimer, acompanhando-os durante um período de tempo mais longo e estudando os benefícios do exercício em comparação com outro tipo de terapia.
O especialista norte-americano e os colegas esperam conseguir chegar a conclusões mais aprofundadas acerca do exercício na função cerebral e compreender se este tem ou não potencial para atrasar a progressão do Alzheimer.