A organização não governamental “Eu e os meus irmãos” estabeleceu-se apenas há alguns meses, em março, mas os seus apelos de ajuda àquelas crianças moçambicanas mais desfavorecidas não têm ficado sem resposta.
Com três filhos menores, John Alves e a mulher decidiram apoiar Miguel Jacinto, um jovem de 15 anos que vive apenas com os seus dois irmãos, contribuindo mensalmente com um apoio financeiro de 30 euros.
“Uma família com três filhos tem sempre dificuldades, mas mais importante é incutir neles o espírito de solidariedade, sensibilizando-os para o facto de que existem outras prioridades além dos bens materiais que lhes damos”, explica John Alves, diretor comercial de uma multinacional, à agência Lusa.
Já Piedade Barreto e o marido estão livres de encargos com os filhos já adultos e, por isso, consideraram que esta seria a altura ideal para ajudar Oldimiro Catarino, um menino de oito anos que vive e luta com a mãe e o irmão pela sua sobrevivência.
“Estas crianças têm todas e mais algumas necessidades, nomeadamente falta de alimentação”, conta Isabel Bento, uma das fundadoras e mentoras da associação, acrescentando que na província de Inhambane “optou-se por não institucionalizar estas crianças, tendo sido criada a ONG, cujos responsáveis são na maioria mulheres da comunidade que se responsabilizam por elas”.
De um universo de quatro mil crianças órfãs de pais com SIDA, foram inicialmente selecionadas 40. Tratam-se de casos cuja ajuda se revela urgente, uma vez que muitas dessas crianças são entregues à sua sorte e vêem-se privadas de comida “durante semanas”.
Os padrinhos ainda não conhecem as crianças que têm ajudado, mas esse é um sonho por concretizar. Por enquanto, enviam para Moçambique todos os apoios que conseguem reunir – não só a mensalidade de 30 euros, mas outro tipo de ajudas suplementares, como roupa e material escolar.
[Notícia sugerida pela utilizadora Raquel Baêta]