Dados recolhidos pelo telescópio espacial Spitzer, da NASA, acabam de trazer aos olhos dos astrónomos - e dos curiosos do Universo - novas imagens de estrelas recém-nascidas descobertas nos recantos mais remotos da Via Láctea.
Dados recolhidos pelo telescópio espacial Spitzer, da NASA, acabam de trazer aos olhos dos astrónomos – e dos curiosos do Universo – novas imagens de estrelas recém-nascidas descobertas nos recantos mais remotos da Via Láctea, afastados do centro densamente povoado da nossa galáxia.
As novas imagens inserem-se no programa Galactic Legacy Infrared Mid-Plane Survey Extraordinaire (Glimpse 360), que está a mapear a topografia celeste da Via Láctea. De acordo com a agência espacial norte-americana, o mapa, bem como uma panorâmica a 360º da galáxia, estarão disponíveis para acesso do público em geral ainda este ano e qualquer pessoa com um computador poderá ajudar a encontrar e catalogar novidades.
Embora o Spitzer e outros telescópios tenham já criado mosaicos da galáxia “virados” para o seu centro, a região que se encontra “atrás de nós”, ou seja, mais distante do nosso sistema solar, nas fronteiras da Via Láctea, com as suas “estrelas espaçadas e céus negros”, está ainda pouco documentada.
“Costumamos dizer que [esta região] é um local por onde todos passamos mas que ninguém visita”, disse Barbara Whitney, astrónoma da Universidade de Wisconsin, nos EUA, que tem participado nos estudos das estrelas jovens através do Spitzer. “Temos descoberto todo o tipo de formação de novas estrelas nas áreas menos conhecidas nos extremos da galáxia”, acrescentou.
Uma das novas imagens do Spitzer mostra, simultaneamente e na mesma área, o nascimento e morte de estrelas. © NASA/JPL-Caltech/University of Wisconsin.
163 regiões já identificadas “albergam” estrelas jovens
Entre os vários locais recheados de estrelas jovens e recém-nascidas já descobertas por Whitney e os colegas com recurso aos dados do telescópio está uma área próxima da constelação Cão Maior com 30 ou mais jovens estrelas a disparar material, o que indica que se encontram numa fase precoce da vida.
Até ao presente, foram identificadas, no total, 163 regiões contendo este tipo de estrelas nos dados do Glimpse 360, com algumas destas estrelas jovens muito próximas umas das outras e agrupadas em conjunto e com outras a ocuparem, sozinhas, o seu espaço na galáxia.
Robert Benjamin, outro dos investigadores de Wisconsin envolvidos no estudo, afirmou, em comunicado divulgado pela NASA, que o Spitzer está a permitir aos astrónomos “observar melhor do que nunca as fronteiras da galáxia”. “Esperamos que esta observação traga novas surpresas”, adiantou.
O programa Glimpse 360 já permitiu mapear 130 graus de céu em torno do centro da Via Láctea. As quatro mais recentes imagens captadas no âmbito do projeto podem ser consultadas online através DESTE link.