O estudo destes ovos esteve a cargo de um grupo de oito investigadores, entre os quais cinco portugueses. Os ovos viram validado, esta quinta-feira, por meio dos especialistas, o título de vestígios mais antigos de dinossauros carnívoros do planeta com a publicação de um artigo científico na revista Scientific Reports, pertencente ao grupo editorial norte-americano Nature.
Entre 2005 e 2009, os cientistas tentaram compreender qual a importância da descoberta de Verónica Duarte, voluntária do Museu da Lourinhã, que encontrou os ovos na praia. Ricardo Araújo, um dos investigadores, explicou à agência Lusa que a importância está na raridade dos achados.
“Estes ovos têm 150 milhões de anos, por isso são de longe os mais antigos de dinossauros carnívoros”, realça o cientista português.
© Scientific Reports – Imagens micrográficas do exterior da casca de ovo (c) e do interior da casca de ovo (d)
Os investigadores salientam que as cascas de ovos se encontra ainda num “estado de preservação verdadeiramente excecional”, tendo por isso havido condições propícias para que os embriões tivessem fossilizado.
Esta descoberta vem juntar-se à dos ovos encontrados, no final da década de 1990, na Praia de Paimogo, também na Lourinhã, pertencentes a dinossauros herbívoros que tinham também 150 milhões de anos. Ambas as descobertas são as mais antigas do planeta.
O paleontólogo do Museu da Lourinhã, Ricardo Araújo, explica que “o registo fóssil tem apenas sete ou oito registos de ovos de dinossauro em todo o mundo e ainda são mais raros os casos de ovos com embriões”.
A esta importância acresce o facto de a equipa de investigação ter determinado que os achados dizem respeito à espécie “torvosauros” (imagema baixo), um dinossauro terópode, bípede, carnívoro, de dentes afiados e de 10 metros de comprimento pertencente a um grupo primitivo, informações que ainda não puderam obter-se relativamente aos ovos da Praia de Paimogo.
O artigo científico, publicado a 30 de Maio, é da autoria dos portugueses Rui Castanhinha, Rui Martins, Octávio Mateus, Luís Alves e do belga Christophe Hendricks, todos ligados ao Museu da Lourinhã, e ainda dos alemães Félix Beckman e Norbert Schell.
Notícia sugerida por António Resende e Diana Rodrigues