De acordo com a informação avançada na página do evento, o objetivo é criar espaços de cultivo em lotes vagos, espaços cimentados, terrenos abandonados ou prédios sem ocupação.
Hugo Nóbrega Cardoso, coordenador da iniciativa, explicou à Lusa que este “é um projeto que pretende fazer a criação de espaços comunitários e de socialização em espaços que são considerados degradados,” criando uma nova perceção do contexto urbano.
Os materiais a utilizar serão fornecidos pela associação, que os irá procurar nas ruas de Lisboa ou adquiri-los no mercado. Dos quatro eixos de intervenção prioritária, escolhidos por estarem situados próximos da sede da associação, no Intendente, fazem parte as zonas do Castelo, Graça/Sapadores, São José e eixo de São Paulo.
“Os sacos são porosos e permitem que se façam cultivos de fruta, sementes, flores, ervas de cheiro, o que [se] quiser”, adiantou Hugo Cardoso. Assim, nesses lotes recém-criados será possível “plantar um jardim, uma horta, um quintal, criando espaços de cultivo de flores, ervas aromáticas, ervas para chá ou até legumes”, diz a associação.
O coordenador acrescentou ainda que “a manutenção será feita por residentes ou moradores dessas áreas, voluntários que vão passar a cuidar destes espaços” e a ação da Casa Independente centra-se na “intenção da socialização e na intervenção comunitária”.
Este é um projeto financiado e apoiado pela Câmara Municipal de Lisboa, no âmbito do programa Bairros de Intervenção Prioritária (vencido pela associação) e está aberto à comunidade: “Todos podem ter o seu carrinho de terra ali. Basicamente, o que têm que fazer é falar connosco”.
Hugo Nóbrega Cardoso afirmou que a criação do projeto se prende com o facto de haver “um interesse cada vez maior pelo cultivo, por ter culturas em casa. Hoje já muita gente tem canteiros em casa, muita gente tem as plantas e as ervas de cheiro que cultiva nas varandas ou numa janela. As pessoas têm muita vontade de meter as mãos na terra.”
A Casa Independente tem o objetivo de alargar o projeto a outras zonas da cidade de Lisboa, no entanto, nesta fase de arranque, ainda não foi possível concretizá-lo.
A inauguração oficial começou às 10 horas com um ‘workshop’ de cozinha e aprendizagem da utilização de ervas de cheiro, e prolonga-se até à noite com várias atividades abertas ao público. No ato da inauguração vão ser definidos os locais exatos da intervenção, que vai decorrer nos meses de Maio e Junho.