Pela primeira vez, um grupo de cientistas norte-americanos conseguiu determinar a forma como o vírus da SIDA e a resposta defensiva dada pelo sistema imunitário com a produção de anticorpos evoluem em conjunto num paciente com HIV.
Pela primeira vez, um grupo de cientistas norte-americanos conseguiu determinar a forma como o vírus da SIDA e a resposta defensiva dada pelo sistema imunitário com a produção de anticorpos evoluem em conjunto num paciente com HIV (VIH, na sigla em português). De acordo com os especialistas, o avanço abre caminho ao desenvolvimento futuro de uma vacina contra a doença.
A descoberta, anunciada esta quarta-feira, poderá vir a ajudar os investigadores a identificar as proteínas que devem ser utilizadas na criação de uma vacina que induza a produção de anticorpos capazes de prevenir a infeção com várias correntes do HIV.
Em comunicado, o National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID) dos EUA, que financiou o estudo, explica que trabalhos anteriores sobre a genética dos anticorpos já tinham ajudado os especialistas a descobrir moléculas neutralizadoras capazes de evitar a infeção em muitos casos, mas as mutações do vírus, muito rápidas, têm dificultado a tarefa.
Porém, agora, os investigadores da Duke University, que colaboraram com cientistas de outras universidades norte-americanas, conseguiram identificar um dos cerca de 20% de indivíduos infetados com o HIV que desenvolvem anticorpos protetores de forma natural após vários anos de infeção.
Descoberta constitui “uma grande pista” para o futuro
O indivíduo em causa foi um dos voluntários do estudo durante o qual os participantes fizeram análises semanais ao sangue desde o diagnóstico. O paciente africano juntou-se ao estudo apenas quatro semanas depois de ter sido infetado e foi seguido por mais de três anos.
Graças aos exames a que o participante foi submetido, os cientistas conseguiram desvendar a série de mudanças sofridas pelo vírus e pelos anticorpos durante dois anos e meio, até que os anticorpos “amadureceram” de forma a tornarem-se capazes de neutralizar o vírus.
“A beleza desta descoberta é que se trata de uma grande pista em relação aos passos sequenciais do vírus e dos anticorpos à medida que evoluem”, salienta Anthony S. Fauci, diretor do NIAID, citado pelo New York Times.
Agora, o objetivo da equipa é desenvolver uma vacina que imite, sem consequências para o organismo, o comportamento do vírus de forma a gerar no sistema imunitário a produção ampla de anticorpos contra o HIV, primeiro em animais não infetados e depois em pessoas saudáveis.
Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo (em inglês).