Cultura

Descobertos vestígios romanos no Cais do Sodré

Escavações arqueológicas no Cais do Sodré, em Lisboa, levaram à descoberta de um fundeadouro romano com mais de 2.000 anos e de artefactos anteriores à época cristã.
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As escavações arqueológicas na Praça D. Luís, no Cais do Sodré, em Lisboa, levaram à descoberta de um fundeadouro romano com mais de 2.000 anos. A estrutura encontrada estava localizada junta à costa e servia para ancorar navios para descargas e trânsito de passageiros.
 
Ao longo de dois anos de escavações, os investigadores já tinham dado conta de vestígios de outras estruturas de séculos posteriores a esta nova descoberta, como o Boas Notícias divulgou na altura. Sobre este novo achado, o arqueólogo Alexandre Sarrazola disse à agência Lusa que “é raro e extraordinário” e que “reflete de forma muito rica a história da cidade”.
 
O fundeadouro está datado entre o século I antes de Cristo e o século V. “Esta zona, agora a cem metros de distância da atual rua da Boavista, então zona de praia, constituía uma pequena baía onde os navios romanos fundeavam” e faziam as suas descargas de produtos e passageiros, explicou o investigador.
 
As pistas para a existência deste porto comercial foram também encontradas com o surgimento de materiais datados da altura correspondente a esta estrutura romana. O lodo abundante na zona ajudou a preservá-los, permitindo aos arqueólogos a sua identificação.
 
Alexandre Sarrazola refere que estas descobertas revelam “uma dinâmica comercial, que dá já conta de Lisboa como uma placa giratória na economia do Império Romano, e já nos dá uma dimensão atlântica”.

Escavações desvendaram antigo mercado comercial português

 
O arqueólogo é líder de uma equipa de investigação que opera na zona do Cais do Sodré, tendo já feito outras descobertas, como navios do século XVII, uma grade de maré e “uma sucessão de estruturas arquitetónicas e portuárias que refletem, de uma forma muito rica, a História de Lisboa”. A grade de maré encontrada serviu de protetor destes vestígios romanos no maremoto que se seguiu ao terramoto de 1755.
 
Entre os artefactos mais importantes, estão as ânforas encontradas no local que remetem a períodos históricos e a várias civilizações diferentes, como é o caso da Hispânia ao Sul da Gália, do Norte de África, da Península Itálica e da Lusitânia.
 
“As ânforas tinham, em média, a capacidade 45 litros, eram produzidas na Lusitânia, na margem sul do rio Tejo”, explicou Alexandre Sarrazola. Foi também encontrada uma ânfora de finais do século I antes de Cristo “que transportaria, provavelmente, vinho de Itália”.

[Notícia sugerida por Rui Pinto]

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