Equipa da Universidade do Minho cria pavimento que poderá reduzir a sinistralidade em todo o mundo. Quando se forma gelo na sua superfície, o asfalto muda de cor.
Investigadores da Universidade do Minho (UMinho) criaram um pavimento que muda de cor sempre que se forma gelo na sua superfície. Esta tecnologia inovadora promete evitar e reduzir a sinistralidade nas estradas de todo o mundo.
A ideia original da equipa da UMinho resulta na introdução de nanocompósitos à base de óxidos nos pavimentos tradicionais. Estes compostos são responsáveis pela mudança para a cor vermelha quando o asfalto se encontra em temperaturas abaixo de zero.
Os cientistas acreditam que este projeto poderá diminuir o número de acidentes de viação em todo o mundo, sobretudo em países frios e montanhosos. O pavimento inovador alerta o condutor para as condições da estrada, aquando da formação de placas de gelo.
Para além da mudança de cor, as partículas à base de óxido têm a capacidade de limpar o próprio asfalto. O sistema reage quimicamente ao óleo derramado pelos veículos em acidentes ou avarias, degradando o óleo e convertendo-o em óxido de carbono e água.
Este mecanismo contribui de igual forma para a prevenção de sinistros ao remover as manchas de óleo da estrada, muitas vezes responsáveis por acidentes de viação.
A UMinho explicou ao Boas Notícias que “a pesquisa de Joaquim Carneiro foi apresentada com sucesso numa conferência internacional e já despertou o interesse dos governos da Finlândia e de Portugal”.
Até ao momento os testes ao pavimento foram realizados em laboratório, estando previsto uma experiência em ambiente real, numa autoestrada da região centro de Portugal que apresente condições de rigor climático, altitude, humidade e temperaturas propícias à formação de camadas de gelo.
“Acreditamos que os testes vão ser positivos e a implementação deste asfalto inteligente será uma realidade a médio prazo, promovendo a prevenção rodoviária e evitando acidentes em todo o mundo”, destaca Joaquim Carneiro.
O investigador da UMinho já tem o seu próximo projeto em cima da mesa e espera construir um sistema com base em fibras de carbono que alertem para a formação de fissuras no asfalto, “de forma a que sejam detetadas e reparadas mais rapidamente”.