Um grupo de investigadores chilenos está a desenvolver uma vacina, que deverá ser testada em humanos ainda este ano, que desencoraja o consumo de álcool fazendo com que os sintomas da ressaca surjam ao mínimo gole de uma bebida alcoólica.
As dores de cabeça e as náuseas habituais da ressaca poderão, em breve, tornar-se a chave para a recuperação dos alcoólicos. Um grupo de investigadores chilenos está a desenvolver uma vacina, que deverá ser testada em humanos ainda este ano, que desencoraja o consumo de álcool fazendo com que estes sintomas surjam ao mínimo gole de uma bebida alcoólica.
Em declarações ao jornal local The Santiago Times, Juan Asenjo, diretor do Instituto de Dinâmica Celular e Biotecnologia da Universidade do Chile, responsável pela investigação, explicou que, embora a vacina não seja uma cura total, pode constituir-se como um primeiro passo muito importante no combate a este flagelo.
“As pessoas que se tornam alcoólicas têm um problema social, um problema de personalidade, porque, além de serem tímidas e fechadas, ficam deprimidas. Porém, se a vacina conseguir resolver o problema químico, uma parte fundamental da questão, vai ser possível dar-lhes uma grande ajuda”, afirmou.
Mas, afinal, em que consiste esta solução? O cientista esclareceu que que, normalmente, o fígado transforma o álcool num composto, o acetaldeído, que causa as ressacas que costumam seguir-se a um consumo exagerado. Os sintomas “em tempo real” são, porém, aliviados por uma enzima que trava a ação deste composto.
De acordo com Asenjo, a vacina em questão faz com um gene assuma o papel de mensageiro e “diga” ao fígado para não libertar a referida enzima, levando a que os sintomas da ressaca se façam sentir imediatamente o primeiro gole de uma bebida alcoólica e, consequentemente, incentivando os alcoólicos a parar de consumir.
Os investigadores estão, atualmente, a trabalhar com ratinhos para determinar a dose ideal do fármaco e, em Novembro deste ano, deverão dar início ao primeiro ensaio pré-clínico com humanos, que vai decorrer na Índia. Se os resultados obtidos forem os esperados, a vacina poderá chegar ao mercado dentro de dois anos, estima Asenjo.
[Notícia sugerida por Elsa Martins]