Instituído pela L’Oréal Portugal, o prémio no valor de 20 mil euros, distingue Ana Ribeiro, Ana Abecasis e Leonor Morgado, segundo noticia a agência Lusa. A entrega das medalhas realiza-se esta quarta-feira, em Lisboa, na cerimónia de encerramento das “Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para Mulheres na Ciência”.
Ana Abecasis, 33, investigadora no Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, afirma à Lusa que a sua investigação centra-se em perceber de que modo as mutações do HIV são transmitidas e o que torna o vírus mais resistente aos medicamentos, obrigando os doentes a fazer tratamentos mais caros, mais tóxicos e menos eficazes.
“O que nós não sabemos é como é que estão a ser transmitidas, quais as mutações que são mais transmitidas e porque é que são transmitidas uma preferencialmente às outras”, disse a investigadora à agência de notícias, acrescentando que o vírus HIV “evolui muito rapidamente”.
O objetivo da cientista é, no prazo de um ano e meio, permitir determinar terapêuticas, melhorando, assim, a qualidade e a esperança da vida dos doentes. O estudo prevê, também, a definição de mecanismos de prevenção da transmissão das resistências aos antirretrovirais.
A bactéria que produz energia limpa
Quanto à investigação de Leonor Morgado, 29, teve por base a bactéria “Geobacter sulfurreducens”, presente nas lamas e o objetivo foi estudar a produção de energia mais ecológica.
Esta bactéria, diz à Lusa a investigadora do Departamento de Química da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa, tem “a capacidade de transferir eletrões para o exterior das suas células”, ajudando a “remoção de compostos poluentes do meio ambiente e o uso de células microbianas, nas quais os microrganismos crescem produzindo corrente eléctrica”.
Hm peixe que recupa de lesões na espinal medula
Já Ana Ribeiro, 32, investigadora no Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa, quis perceber como é que o peixe-zebra, quando faz uma lesão na espinal medula fica paralisado, mas, um mês depois, consegue regenerar a sua medula e recupera a função motora.
O propósito da cientista é compreender em que é que este peixe difere dos mamíferos. “Isto poderá ser útil no futuro para desenvolver novas terapias ou terapias mais eficientes para os humanos”, declarou à agência portuguesa.
O júri científico, presidido por Alexandre Quintanilha, avaliou nesta edição mais de 70 candidaturas portuguesas. O projeto “Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para Mulheres da Ciência” resulta de uma parceria entre a marca de cosméticos, a Fundação para a Ciência e Tecnologia e a Comissão Nacional da UNESCO.
Prémio L'Oreal UNESCO já apoiou mais de 1.000 mulheres
A nível internacional, o prémio L'Oréal-UNESCO For Women in Science reconhece, desde há 14 anos, anualmente cinco cientistas, uma de cada continente. Há 12 anos, foram também lançadas as Bolsas Internacionais UNESCO-L'Oréal que apoiam, anualmente, 15 jovens cientistas em doutoramento ou pós-doutoramento.
Globalmente, com estes projetos e todos os que à semelhança das “Medalhas de Honra” se estão a desenvolver localmente, a L’Oréal já levou o seu apoio a cerca de 1.000 investigadoras de 100 países, reforçando o seu compromisso para com uma ciência mais justa e equitativa.
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