No dia em que o pintor e escultor celebrou o seu 87º aniversário, a Câmara Municipal de Lisboa deu a conhecer à comunicação social o novo atelier-Museu Júlio Pomar, um espaço que inaugura na primavera deste ano.
No dia em que o pintor e escultor celebrou o seu 87º aniversário, a Câmara Municipal de Lisboa deu a conhecer à comunicação social o novo atelier-Museu Júlio Pomar, um espaço que inaugura na primavera deste ano, inserido num conjunto de equipamentos culturais da autarquia e que tem como arquiteto Álvaro Siza Vieira.
Este atelier-museu, que está a ser desenvolvido em parceria pela Câmara Municipal e pela Fundação Júlio Pomar, será, esperam os seus mentores, um espaço de discussão crítica para receber outros criadores e pensadores.
Além disso, vai colocar à vista do público um acervo de várias centenas de obras do artista português, doadas pelo próprio à Fundação Júlio Pomar, com pintura, escultura, desenho, gravura, cerâmica, colagens e assemblage.
Em complemento, o espaço, com dois pisos, terá também zonas de serviço, escritório e receção, escondendo um pátio exterior em seu redor, por onde é feito o acesso dos visitantes, e ainda um conjunto de equipamentos de auditório, com meios audiovisuais e capacidade para 60 lugares sentados para a realização de conferências, lançamento de livros e catálogos ou outros eventos.
O projeto de recuperação do edifício, um antigo armazém do século XVII próximo da Igreja de Nossa Senhora de Jesus, às Mercês, adquirido pela autarquia em 2000 com o objetivo de ali instalar o atelier, é da responsabilidade do arquiteto Siza Vieira.
Júlio Pomar reconheceu “enorme esforço” da autarquia
Embora o projeto tenha sido adjudicado em 2006 e as obras tenham arrancado, sucessivas paragens obrigaram a que a requalificação do espaço se prolongasse por vários anos. Em 2010 foi, então, decidido, em conjunto com o artista plástico, transformar o edifício num museu com o principal objetivo de conservar e divulgar a sua obra.
Durante a apresentação, Siza Vieira afirmou que “a intenção primeira [do projeto] foi que quem passasse na rua notasse a mão do arquiteto” e admitiu que “uma das primeiras dificuldades foi a limpeza do local, visto que era um conjunto de barracos em madeira com muito lixo”.
“Estudou-se a iluminação, acrescentou-se um segundo piso, etc. Foi um trabalho que me deu muito prazer e sobretudo 'acabou-se'”, brincou o arquiteto, cujo desempenho foi muito elogiado por António Costa, autarca lisboeta, que destacou a sua “arquitetura quase invisível” que é “notável”, bem como “a elegância” e a “simplicidade” do projeto.
Já Júlio Pomar, também presente na inauguração do espaço que o vai homenagear, salientou que a primeira ação em direção à criação do museu foi do antigo presidente da autarquia, João Soares, “que apadrinhou o grande responsável por esta ideia”, mas não esqueceu “o enorme esforço do atual presidente da Câmara para que a obra continuasse” ao rever a legislação.