Negócios e Empreendorismo

Empresa madeirense lança 1ª farinha de batata-doce

A empresa madeirense Insular Moinhos prepara-se para lançar, ainda este semestre, no mercado regional, a primeira farinha de batata-doce destinada à indústria da panificação.
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A empresa madeirense Insular Moinhos prepara-se para lançar, ainda este semestre, no mercado regional, a primeira farinha de batata-doce destinada à indústria da panificação. A produção desta farinha insere-se num projeto desenvolvido em parceria pela Universidade da Madeira e o Madeira Tecnopolo e apresentado esta sexta-feira.
 
Em declarações aos jornalistas, o diretor-geral da Insular Moinhos, com sede na Zona França do Caniçal, Machico, contou que o projeto batizado “Batatinpan” é o resultado de um investimento no valor de 300 mil euros cofinanciado por fundos comunitários.
 
Segundo Carlos Batista, o lançamento desta farinha de batata-doce “é importante para a competitividade da empresa”, já que “a diferenciação dos produtos” é um elemento fundamental do negócio.
 
Embora o pão de batata-doce seja “um produto com grandes tradições na região”, o responsável tem esperança de que a farinha de batata-doce possa chegar a outros mercados que não a Madeira. A nível interno, Carlos Batista acredita que esta farinha composta vai “tornar mais fácil” a produção do pão de batata-doce.
 
O diretor-geral adiantou ainda, no decurso da apresentação do projeto “Batatinpan”, que a nova farinha vai contribir para o escoamento da produção de batata-doce na Madeira, que chega às 9.400 toneladas por ano, cerca de metade do que é produzido em todo o país.
 
“Para os industriais da panificação é também uma vantagem no sentido de que existe uma estabilização do 'stock' da farinha, que passa a estar disponível ao longo do ano, assim como do preço”, argumentou Carlos Batista.

Objetivo do projeto é “ajudar os agricultores”
 

O coordenador do laboratório ISOPLEXIS/GERMOBANCO da Universidade da Madeira, Miguel Ângelo Carvalho, envolvido no projeto, confessou que “há muito tempo” que a instituição estuda “os recursos genéticos da região ao nível da produção agrícola”, tendo “como principal objetivo ajudar os agricultores” para melhorar os seus rendimentos e encontrar “saídas para a indústria, nomeadamente do sector agroalimentar”.
 
O docente esclareceu que a contribuição da universidade no projeto está relacionada com a cedência de informação acerca das variedades de batata-doce que podem ser transformadas e convertidas em farinhas compostas.
“Por outro lado, estamos também a ajudar a otimizar todo o processo de transformação industrial, que envolve fazer uma análise nutricional e tecnológica das variedades, assim como o controlo nutricional”, acrescentou.
 
No final do projeto, o objetivo é obter “um produto de elevada qualidade que possa ser utilizado em diferentes segmentos do mercado” além da panificação e, ao mesmo tempo, ajudar à proteção deste recurso genético que pode ter “benefícios ao nível da saúde”.
 
Numa primeira fase, deverão ser colocados no mercado entre 500 a 600 quilos de farinha de batata-doce pela Insular Moinhos, empresa criada em 1928 e que emprega atualmente 92 funcionários, dedicando-se à indústria de moagem da farinha para panificação, massas alimentícias e bolachas.

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