[por Sara Pinhão, Nutricionista Funcional]
Estas bactérias e fungos, a que chamamos probióticos, trazem inúmeros benefícios para o nosso intestino: regulam o trânsito, conseguem prevenir diarreias, evitam a obstipação, combatem infeções, melhoram as nossas defesas e até reduzem o risco de alguns tipos de cancros como o do cólon.
Para manter ou restabelecer os probióticos no organismo, em particular no intestino, devemos incluir na nossa alimentação:
- Alimentos fonte de probióticos (contêm bactérias que são semelhantes às encontradas naturalmente no intestino humano): iogurtes, produtos fermentados, Kefir, entre outros
- Alimentos prebióticos (que alimentam os próprios probióticos e são geralmente fibras não digeríveis pelo organismo humano): hortaliças, fruta, leguminosas e cereais integrais como a aveia e a cevada.
7 COISAS QUE AINDA NÃO SABIA SOBRE PROBIÓTICOS
1) Habitam no nosso organismo cerca de 500 espécies de probióticos
Embora 20 espécies constituam cerca de 75% da totalidade da nossa flora microbiológica. Inúmeros estudos apontam que o nosso organismo é na verdade lar para mais de 500 espécies diferentes de fungos e bactérias boas. Muitas espécies são residentes permanentes e muitas outras estão de passagem.
2) Os Probióticos não vivem apenas no intestino.
A maioria destes importantes microrganismos vive no intestino, mas biliões também vivem na boca, cavidade nasal, esófago, ao redor das gengivas, na cavidade pleural (em torno dos pulmões), dentro do nosso estômago, no apêndice, dentro da vagina, em torno do reto, dentro das articulações, nas axilas, nas unhas, entre os dedos, no trato urinário e em muitos outros locais.
3) Os probióticos no seu corpo pesam mais do que o seu cérebro
Para ter uma ideia da dimensão, o seu coração pesa cerca de 350g e o seu cérebro cerca de 1,36kg. Já probióticos (fungos e bactérias boas) tem cerca de 2kg.
4) Existem mais probióticos do que células no organismo
Estima-se que o organismo humano seja formado por aproximadamente 10 triliões de células. Contudo o número de probióticos (fungos e bactérias boas) numa pessoas saudável é cerca de 10 vezes maior: 100 triliões, podendo chegar aos 300 triliões! Isso só é possível, claro, porque cada bactéria é muito mais pequenina do que uma célula humana.
5) Em caso de doença pode fazer-se um Transplante Fecal
Quando ficamos doentes devido a uma bactéria nociva tomamos um antibiótico que não é mais do que um composto natural ou sintético capaz de destruir bactérias e impedir que se desenvolvam. Um antibiótico é, tal como o nome indica, “anti-vida”, e destrói tanto as bactérias nocivas como as bactérias benéficas (probióticos). Sem as bactérias benéficas, parasitas oportunistas, fungos e bactérias patogénicas colonizam o organismo.
Para restabelecer rapidamente a flora intestinal podemos tomar alimentos fonte de probióticos ou prebióticos. Existem ainda no mercado suplementos de probióticos em comprimidos, cápsulas, saquetas ou sob a forma liofilizada.
No caso de infeção, por exemplo após a toma de um antibiótico, pela bactéria Clostridium difficile, poderá proceder-se a um transplante fecal (fezes humanas) de um dador saudável introduzido a flora fecal no organismo doente, através de uma colonoscopia ou sonda nasogástrica ou nasoduodenal. O primeiro transplante fecal ocorreu em 1958 com grande sucesso, mas não é hoje um procedimento muito utilizado.
6) Os probióticos são responsáveis por 70% das nossas defesas
No que diz respeito às defesas imunitárias, isto é, a nossa proteção contra doenças e infeções, os probióticos, quando em adequado número, previnem da invasão e instalação de bactérias nocivas ao competirem por alimento, tornando mais difícil para estas bactérias que causam doença de se multiplicarem.
Alguns probióticos produzem também bacteriocinas, que são substâncias com capacidade antibiótica e que ajuda a matar as bactérias nocivas.
Os probióticos estimulam ainda células do próprio sistema imunitário avisando-as para defenderem o nosso corpo.
7) Quando nascemos o nosso organismo é estéril
Quando nascemos no nosso corpo não existem quaisquer probióticos (bactérias boas), ou seja está “esterilizado”. Não é nenhum segredo que uma mulher grávida saudável é fundamental para um bebé saudável. O que muitos não têm noção é de que uma grávida saudável tem o canal vaginal repleto com probióticos para afastar bactérias causadoras de doença. Assim, quando um bebé nasce de um parto vaginal, recebe aí a sua primeira dose de probióticos.
Estudos apontam que 60% dos partos vaginais conferem aos bebés a sua primeira inoculação de probióticos Bifidus Infantis. No entanto, apenas 1% dos nascimentos por cesariana conferem aos bebés a mesma inoculação com Bifidus Infantis.
Para complementar a dose de probióticos provenientes do parto vaginal, o aleitamento materno completa a inoculação com mais probióticos. Na verdade, o colostro da mãe (leite materno dos primeiros 3 dias após o parto) fornece até 40% do teor de probióticos.
Sobre a autora
A nutricionista Sara Pinhão é fundadora da Nutrexpert, um projeto que associa os mais avançados conhecimentos científicos sobre o funcionamento do organismo, o poder da alimentação e estilo de vida para promover a saúde e o bem-estar físico e emocional em qualquer idade.
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