“A nossa missão era dar a conhecer a coleção Berardo e torná-la o mais possível acessível ao público, e é isso que está a acontecer”, apontou o diretor-geral do Museu, Rui Silvestre em declarações à Lusa. “Já é possível constatar que o Museu Berardo se tornou um espaço cultural de referência a nível nacional e internacional”.
No último ano as entradas subiram para as 873 mil contra as 632 mil visitas no ano anterior. A exposição com mais visitantes foi “Sem Rede”, de Joana Vasconcelos, que decorreu este ano com mais de 170 mil visitantes, tendo sido uma das mais visitadas no país.
Joe Berardo congratula-se com o sucesso do museu e faz questão de relembrar que “a cultura é uma boa área de investimento” e lamenta que os políticos não invistam mais nesse sentido.
Defendeu ainda que num período de crise internacional seria favorável um maior investimento na área da cultura “para melhorar o país e criar postos de trabalho, tal como fazem os italianos, os franceses, espanhóis e ingleses, para atrair o turismo”.
Sobre a manutenção das entradas gratuitas, uma filosofia que tem orientado o museu desde o início, o colecionador e empresário garantiu que vai fazer “o possível” para manter a acessibilidade gratuita, sobretudo para “escolas e famílias”.
“Até ao fim do ano e no próximo ano devem manter-se gratuitas. Um dia talvez teremos que rever a situação. Vai depender do futuro financeiro português”, admitiu.
No acervo do museu estão reunidas obras de artistas como Joana Vasconcelos, Marcel Duchamp, Joan Miró, Jose de Guimarães, Paula Rego, Marc Chagall, Mário Cesariny, Amadeo de Souza Cardoso, Pedro Cabrita Reis, Man Ray, Andy Warhol, Salvador Dalí, entre outros.
O museu contava com um acervo inicial de 862 obras do comendador madeirense cedido em regime de comodato até 2016. Este ano foram adquiridas mais 210 obras em nome da fundação que gere o museu e que possui representantes do Estado e do comendador Berardo.