Uma equipa internacional de cientistas acaba de dar a conhecer um fóssil de um verdadeiro "monstro" marinho com cerca de 244 milhões de anos. O esqueleto do predador, com 8,6 metros de comprimento, foi recuperado do deserto do Nevada, nos EUA.
Uma equipa internacional de cientistas acaba de dar a conhecer um fóssil de um verdadeiro “monstro” marinho com cerca de 244 milhões de anos. O esqueleto do predador, com 8,6 metros de comprimento, foi recuperado do deserto do Nevada, nos EUA, em 2010.
A investigação revelou que este é o primeiro ser das cadeias alimentares marinhas a alimentar-se de animais com um tamanho idêntico ao seu, sendo já considerado uma espécie de “tiranossauro dos mares”.
Os detalhes acerca do animal foram apresentados recentemente através de um artigo publicado esta semana na versão online da revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences e assinado pelos especialistas Nadia Fröbisch e Jörg Fröbisch do Museum für Naturkunde, em Berlim, na Alemanha.
De acordo com o estudo realizado pela equipa, este predador, cujo nome científico é Thalattoarchon saurophagis (algo como “soberano dos mares comedor de lagartos”) é um representante precoce dos ictiossauros, um grupo de reptéis marinhos que viveram ao mesmo tempo que os dinossauros e foram donos dos oceanos durante 160 milhões de anos.
Caraterísticas aproximam predador das orcas
O “monstro” marinho, como está a ser descrito, tinha um enorme crânio, bem como uns enormes maxilares armados com dentes afiados de grandes dimensões, que lhe permitiam caçar, sem dificuldades, outros reptéis nos mares do período Triássico.
Segundo os estudiosos, por ser um “metapredador”, ou seja, capaz de se alimentar de outras espécies com tamanhos semelhantes ao seu, o Thalattoarchon pode ser comparado a um animal da atualidade: a orca.
“Todos os dias aprendemos mais sobre a biodiversidade do nosso planeta, não só sobre espécies vivas, mas também sobre fósseis e os seus ecossistemas”, afirmou, em comunicado, Nadia Fröbisch. “Esta nova descoberta corresponde ao estabelecimento de um novo e mais avançado nível estrutural dos ecossistemas”, acrescentou.
Segundo Fröbisch, este tipo de achados “ajudam os cientistas a compreender as dinâmicas do nosso planeta, em constante evolução, e, em última instância, o impacto que os humanos têm sobre o ambiente” nos dias de hoje”.
Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo publicado na PNAS (em inglês).
[Notícia sugerida por Carla Neves]