Tem apenas 15 anos, mas é, provavelmente, o primeiro jovem da sua idade a poder dizer que já assinou um estudo na prestigiada revista científica Nature. O adolescente francês Neil Ibata trabalhou em conjunto com o pai, autor principal do artigo.
Tem apenas 15 anos, mas é, provavelmente, o primeiro jovem da sua idade a poder dizer que já assinou um estudo na prestigiada revista científica Nature. O adolescente francês Neil Ibata trabalhou em conjunto com o pai, autor principal do artigo, num estudo na área da astrofísica, e a participação permitiu-lhe ver o seu nome figurar junto do de especialistas de todo o mundo.
Neil colaborou no projeto a convite do progenitor, Roberto Ibata, líder de uma equipa de investigação no Observatório de Astronomia de Estrasburgo, que o incentivou a integrar um estágio em linguagem de programação Python, utilizada para a realização de modelizações num estudo sobre a evolução das galáxias anãs em torno da Andrómeda.
De acordo com um comunicado do Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS) francês, citado pela AFP, o jovem, que frequenta o liceu internacional de Estrasburgo, “foi o primeiro a colocar em evidência a rotação de um disco de galáxias anãs em torno da galáxia Andrómeda no quadro do projeto de investigação”.
“Joguei com os dados que a equipa do meu pai tinha medido, ou seja, a distância e a velocidade das galáxias anãs”, explicou o jovem à rádio local francesa France Bleu Alsace. Graças à sua colaboração, Neil Ibata ganhou o estatuto de co-autor do estudo, onde também participaram astrónomos e físicos de países como Austrália, Canadá, EUA, entre outros.
O jovem contou que o pai começou a ensinar-lhe matemática e física “quando tinha cinco anos” e que isso “sempre o apaixonou”, admitindo interessar-se tanto mais por um problema científico quanto mais dificuldades este lhe coloca.
Enquanto não abraça definitivamente uma carreira científica, Neil estuda de forma empenhada, focando-se em particular n a matemática e na física mas também… nas aulas de piano. “Também aí sou muitas vezes confrontado com desafios bem difíceis”, confessou.
Para Roberto Ibata, ver o nome do filho na Nature é motivo de orgulho. De acordo com o pai do adolescente, quanto tinha somente 12 anos, já Neil tinha “passado uma semana a trabalhar na modelização de sistemas de estrelas”.
O progenitor salientou que este feito “eleva a barra muito alto”, mas disse acreditar que o filho não ficará por aqui. “Espero que ele consiga alcançar feitos semelhantes mais tarde. Tenho a certeza de que conseguirá”, concluiu.
As conclusões do estudo publicado na Nature vão abrir novas perspetivas aos astrofísicos, permitindo-lhes repensar uma parte das teorias sobre a formação de galáxias.
Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo publicado pela equipa de Roberto Ibata naquela revista científica (em inglês).
[Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes]