Vagas de emprego para desenhistas, comerciais e ajudantes de cozinha são apenas algumas das ofertas que os membros do grupo “Vou-te arranjar emprego” publicaram nos últimos dias. A ideia é partilhar de forma simples e imediata ofertas de emprego – um sistema que aparentemente funciona de forma mais eficiente do que as tradicionais agências e sites de emprego.
A ideia original deste movimento partiu de Barcelona, onde foi criado um grupo idêntico, com o nome “Et Trobaré Feina”, no final de 2010, que neste momento já tem mais de 4 mil membros. Também a versão portuguesa do grupo foi inaugurada por um catalão, formado em História, que vive no nosso país e que pretende ficar por cá nos próximos anos.
“Quando cheguei a Portugal tive de procurar emprego fora da minha área (História) e entrar em contacto com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) onde constatei a dificuldade de encontrar ofertas válidas de trabalho, tal como acontece em Espanha… Ou seja, senti que o método de funcionamento do IEFP não era prático”, explica Victor Rovira, o principal mentor do grupo, ao Boas Notícias.
“O principal objetivo deste grupo do Facebook é evitar essas burocracias e criar uma rede de pessoas que se ajudem umas às outras. Já conhecia o grupo criado em Barcelona, que tem tido muito sucesso e até já organiza conferências sobre empreendedorismo e dá apoio e orientação personalizada a quem precisa, pelo que decidi avançar com a versão portuguesa”, acrescenta.
Uma vez que tem uma dinâmica muito simples – basta colocar uma descrição das ofertas, de preferência com o contacto (telefone ou email) da pessoa que vai receber as candidaturas – a participação tem sido bastante elevada. Para ajudar à consulta de todas as vagas – que devem ser, de preferência, para ofertas em Portugal – Victor resume, semanalmente, num único documento, as ofertas divulgadas.
Victor Rovira veio viver para Lisboa, com a sua namorada portuguesa, em Abril de 2011, “na terrível semana da chegada da troika”. Não arranjou emprego na sua área pelo que trabalha, agora, como formador de Espanhol, ainda que tenha um horário muito reduzido e pretenda conseguir outras ofertas de trabalho nesta ou noutras áreas.
Sobre Portugal afirma que, apesar dos desafios que o país atravessa, “tem mais qualidade de vida do que Barcelona, com um ritmo menos stressante” e com “pessoas muito proativas”. “Há muito para fazer” em Portugal, afirma, sublinhando, no entanto, que aqui “tudo é possível”.
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