A Universidade de Évora acaba de criar um serviço pioneiro em Portugal de aconselhamento e triagem de cogumelos silvestres. O objetivo é ajudar a minimizar riscos de saúde ligados ao seu consumo.
A Universidade de Évora acaba de criar um serviço pioneiro em Portugal de aconselhamento e triagem de cogumelos silvestres. O objetivo é dar consultoria sobre a exploração desses recursos e ajudar a minimizar riscos de saúde ligados ao seu consumo. Até aos três quilos de cogumelos, a prestação do serviço é gratuita.
Em declarações à Lusa, Celeste Santos e Silva, responsável pela nova valência, lançada esta semana, explicou que esta nasceu com o propósito de colmatar “a lacuna” que existe em Portugal na área do conhecimento sobre recursos mitológicos.
De acordo com a professora do departamento de Biologia e investigadora do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas (ICAAM) da Universidade de Évora, “muitas pessoas estão com esperança de que o negócio dos recursos mitológicos seja uma mais-valia. Contudo, o conhecimento de base para o gerir é escasso”.
Segundo a especialista, o crescente interesse pela exploração e produção de cogumelos é visível no aumento de pedidos que chegam à Universidade de Évora para obter consultoria nessa área, para ajudar a esclarecer dúvidas ou mesmo para promover passeios micológicos.
O aconselhamento é prestado todas as quintas-feiras, mas pode adequar-se às necessidades mediante combinação prévia. As sessões são feitas de forma presencial e podem ser requeridas junto do ICAAM ou através de uma mensagem a enviar para mico@uevora.pt.
Celeste Santos e Silva revela que o serviço está disponível para qualquer pessoa, nomeadamente para quem apanha pequenas quantidades de cogumelos no campo e “quer esclarecer dúvidas sobre se aquela espécie é comestível ou não”.
Serviço é benéfico para evitar acidentes como intoxicações
“Até três quilos, o serviço é gratuito. A partir desse peso será pago, com um valor simbólico de 1,5 euros por quilo, para não nos trazerem 50 quilos de cogumelos, o que implica que estejamos ali algum tempo a criá-los”, frisa a investigadora.
Além disso, os proprietários agrícolas que queiram rentabilizar os recursos existentes nas suas herdades podem também solicitar a prestação de serviços para ficar saber “quais os cogumelos que aí existem e quais os mais ou menos valiosos ou os que têm uma produtividade maior”, podendo, depois, tomar decisões informadas.
A professora espera que este centro de triagem em Évora possa, futuramente, fazer nascer outros serviços do género espalhados por todo o país, o que seria benéfico para evitar acidentes, como intoxicações, devido à ingestão de cogumelos não comestíveis.
“Mesmo aqui ao lado, em Espanha, existem centros de triagem. O pequeno apanhador, quando não tem certezas, vai perguntar a quem sabe. Isso evitaria este tipo de acidentes. Pode ser que esta iniciativa seja replicada noutros pontos e que esse aconselhamento possa ser uma realidade”, conclui.