Várias creches e infantários portugueses estão a permitir aos pais a frequência das escolinhas pelos seus filhos em "part-time" com o objetivo de ajudar as famílias a poupar em tempos de crise.
Várias creches e infantários portugueses estão a permitir aos pais a frequência das escolinhas pelos seus filhos em “part-time” com o objetivo de ajudar as famílias a poupar em tempos de crise e, ao mesmo tempo, para adaptar este tipo de serviço às novas realidades laborais, desde o desemprego ao trabalho por turnos ou a tempo parcial.
De acordo com a Lusa, creches como a “Escolinha da Kika”, em Algés, “Os Chuchões”, em Carnide, têm à disposição dos pais modalidades de pagamento a tempo parcial.
“Muitas pessoas têm dificuldades em poder usufruir dos serviços de uma creche devido ao seu orçamento familiar. A opção de frequência a tempo parcial permite usufruir desses serviços, mas a um preço mais reduzido”, explicou Vera Gaspar, responsável da creche em Algés, em entrevista à agência noticiosa.
Desta forma, as instituições oferecem aos progenitores mensalidades mais suaves, que vão sendo adaptadas às necessidades. Na “Escolinha da Kika”, por exemplo, a frequência a tempo parcial, sem refeições, entre as 07.30h e as 13.30h ou entre as 13.30h e as 19.30h custa 150 euros por mês.
Criação de seguros para pagar mensalidades também é opção
Já na creche “Os Chuchões”, esta é uma hipótese que já existe há vários anos, embora o reforço da diversificação das modalidades de pagamento esteja agora a acontecer devido ao agravamento da crise.
Ana Teixeira, diretora da instituição, admite que o número de crianças tem vindo a diminuir, tal como a adesão a atividades extra e a opção pelos almoços e lanches fornecidos pelos colégios – a maior parte dos pais optam, atualmente, por dar aos filhos refeições trazidas de casa.
Neste caso, o meio tempo de frequência pode ser tanto o período da manhã ou da tarde como períodos de até seis horas distribuídos por qualquer horário ao longo do dia. Em alternativa, o infantário permite ainda escolher pagamentos ao dia ou à hora, oferecendo uma modalidade semelhante ao “baby-sitting”.
De salientar que, perante as dificuldades financeiras crescentes, Ana Teixeira pretende ainda introduzir no colégio um seguro que permita continuar a pagar as mensalidades escolares no caso de contextos adversos dos progenitores, como a perda de emprego.
Para as educadoras, esta modalidade de pagamento a tempo parcial é muito útil sobretudo durante o primeiro ano de vida do bebé – quando a mãe trabalha em horário reduzido – ou quando os pais trabalham em turnos rotativos, acabando por se desencontrar.