O Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar do Alto Ave (CHAA), em Guimarães, inaugura, esta sexta-feira, consultas externas "à distância" para monitorizar doentes com "pacemaker" ou desfibrilhador implantado.
O Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar do Alto Ave (CHAA), em Guimarães, inaugura, esta sexta-feira, consultas externas “à distância” para monitorizar doentes com “pacemaker” ou desfibrilhador implantado.
“Com este sistema, podemos facilmente monitorizar a condição do dispositivo, ou seja, do seu coração, à distância, e sem este necessitar de se deslocar ao hospital para uma consulta”, explica Victor Sanfins, responsável pelo Serviço de Cardiologia, citado pela Lusa.
Além disso, aponta Sanfins, o sistema facilitará também a vida de jovens com cardioversores desfibrilhadores implantáveis, “que têm uma vida profissional muito ativa e que se deslocam com frequência pelo país” e que, com o novo dispositivo, “não necessitam de ir ao hospital para serem avaliados, continuando o seu trabalho normalmente”.
De acordo com aquela unidade, a consulta será realizada através da análise de uma central de dados onde estão as informações dos dispositivos implantados sem a presença do doente. Em caso de necessidade, será depois agendada uma consulta presencial.
“Até ao final deste ano, o Serviço de Cardiologia do CHAA pretende ter cerca de 120 doentes (05% do total) com 'pacemakers' e desfibrilhadores que permitem a transmissão de dados para uma central informática, para monitorização permanente daqueles doentes”, acrescentou.
Sistema dá alerta em caso de episódio cardíaco
Este novo tipo de dispositivos permite a transmissão de dados, através de tecnologia sem fios, para um outro aparelho – um recetor – que, por sua vez, envia os mesmos, por exemplo, através de tecnologia de telemóvel (GSM), para uma central de dados, à qual os médicos e técnicos de cardiologia acedem.
Para além de possibilitar a monitorização por meio de consulta à distância, “outra grande vantagem destes dispositivos é o alerta imediato quando ocorre qualquer episódio cardíaco no doente”, sublinhou Victor Sanfins.
Neste caso, a central que recebe, diariamente, os dados do doente, envia um e-mail, SMS ou fax para os médicos do hospital que, de imediato, podem atuar em conformidade com a situação descrita pela central de monitorização.
Em suma, defende o responsável pelo Serviço de Cardiologia vimaranense, “esta nova abordagem cardíaca liberta os doentes com 'pacemaker' ou desfibrilhador das consultas normais, através da monitorização permanente e, acima de tudo, permite atuar precocemente quando são detetados alertas nos dispositivos dos doentes”.