Cultura

Uma designer portuguesa que brilha em Inglaterra

Foi viver para Inglaterra com apenas 19 anos e começou por trabalhar como empregada de mesa na restauração, mas o amor pelo Design foi mais forte e guiou o seu caminho. Agora, Catarina Madeira tem as suas peças expostas em Nottingham.
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Foi viver para Inglaterra com apenas 19 anos e começou por trabalhar como empregada de mesa na restauração, mas o amor pelo Design foi mais forte e, desde então, guiou o seu caminho. Recentemente, a portuguesa Catarina (ou Cat, como é mais conhecida) Madeira conquistou um prémio de arte pública atribuído pela autarquia de Notthingham, onde estuda, e a oportunidade de expor as suas peças em permanência num parque local.
 
por Catarina Ferreira
 
“Às vezes nem acredito que tive a oportunidade de fazer estas peças e, melhor ainda, de expor as minhas peças para todos usarem e apreciarem”, confessa Cat Madeira em entrevista ao Boas Notícias, revelando que a possibilidade surgiu depois da abertura de um concurso por parte do Nottingham City Council, que convidou os alunos do segundo ano do curso de Design do New College Nottingham, que frequenta, a participar.
 

Hoje com 30 anos (“embora não pareça”, brinca), a designer distinguiu-se dos restantes concorrentes com a obra Candyfall, um conjunto de cinco 
peças expostas desde Agosto no John Farr Rest Garden e que, segundo Cat, “parecem doces gigantes que caíram do céu e aterraram ali de forma aleatória”.
 
A jovem, que se define como “uma pessoa de ideias”, diz ter-se inspirado “na forma de objetos do dia-a-dia”, nomeadamente nos 'liquorice allsorts', doces tradicionais ingleses, por causa do seu formato simples e cores brilhantes. “Decidi ampliá-los. Porque não? São divertidos, surreais, diferentes e também têm a função de mobiliário urbano”, afirma a portuguesa, que declara inspirar-se igualmente em artistas como Joana Vasconcelos e Claes Oldenburg.
 
As peças, feitas de fibra de vidro reinforçado por uma fábrica local, a Mansfield Mouldings, vão agora ficar expostas por tempo indeterminado, para satisfação da criadora, que antes de partir para Inglaterra tinha já feito um curso de Design de Comunicação Gráfica na Escola António Arroio. “Esta vitória foi muito importante para mim e ajudou a provar que estou no caminho certo”, aponta. 

 
Apesar de estar num momento de ascensão a nível profissional, a vida em 'terras de Sua Majestade', para onde emigrou há uma década, nem sempre passou pela área que mais a apaixona. “Na altura já não era fácil arranjar emprego em Portugal, portanto eu e o meu namorado decidimos vir, nem que fosse só pela experiência ou para melhorar o inglês”, recorda.
 
Acabaram por ficar e Cat começou “a limpar mesas em restaurantes nas noites com mais movimento”. A dedicação, porém, levou a promoções sucessivas – de empregada de mesa a supervisora e, por fim, a gerente de restaurante – que a fizeram também passar pelas cidades de Chesterfield e Birmingham.
 
Embora não se arrependa desses tempos – “foi uma fase de aprendizagem” e que lhe permitiu “crescer”, sublinha -, permaneceu sempre “uma dúvida sobre a questão do Design”. Um dia, decidiu ir a um 'open day' da Universidade para ver que tipo de cursos tinham “e foi assim”. 

Regresso a Portugal é uma hipótese, mas não a única
 
Atualmente, Cat está no último ano do curso e reconhece que a caminhada “não foi fácil”, mas que a perspetiva de um dia fazer aquilo de que realmente gosta é o que mais lhe dá ânimo. 
 
“Para ajudar nos custos do curso ainda trabalho em part-time como empregada de mesa no restaurante onde fui gerente. Tem que ser. As gorjetas também ajudam nas despesas do dia-a-dia”, admite, desvendando que, ao mesmo tempo, está a estagiar a tempo parcial numa agência de design britânica “para ganhar experiência no mundo real” daquela área. 
 
Para já, o objetivo primordial é terminar o curso. Depois, salienta, vai procurar uma hipótese que a satisfaça. O regresso a Portugal não está fora de questão, mas só acontecerá “com uma boa oferta”, até porque, como a sua história prova, não tem medo de aventuras.
 
“Gosto de viajar e de conhecer novas culturas. Voltei hoje de Berlim e foi uma viagem fantástica, cheia de arte urbana e sítios inspiradores. [Quando acabar o curso] vou para onde estiver a melhor oferta, não só em termos financeiros, mas em termos de interesse dos projetos”, conclui.

Clique AQUI para aceder ao site oficial da designer Cat Madeira.

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