A bactéria "Cupriavidus metallidurans", consegue transformar cloreto de ouro, um composto tóxico existente em abundância na Natureza e sem qualquer valor económico, em ouro puro, revelou um grupo de cientistas norte-americanos.
A bactéria “Cupriavidus metallidurans”, consegue transformar cloreto de ouro, um composto tóxico existente em abundância na Natureza e sem qualquer valor económico, em ouro puro. A descoberta foi feita por um grupo de investigadores norte-americanos, que acaba de dá-la a conhecer.
“O que estamos a fazer é uma verdadeira alquimia microbiana – transformar algo que não tem valor num metal precioso sólido de enorme valor”, explica, em comunicado, Kazem Kashefi, professor de microbiologia e genética molecular da Universidade do Michigan, nos EUA, responsável pelo achado.
Segundo a equipa, a bactéria é, pelo menos, 25 vezes mais forte do que julgavam os cientistas, tendo uma capacidade superior ao que se pensava de resistir aos ambientes tóxicos. Para conseguir transformar o composto em ouro, os cientistas incubaram-na por uma semana, período durante o qual esteve sempre exposta ao cloreto de ouro.
Alimentando-a com quantidades “sem precedentes” daquele material e imitando, assim, o processo que acreditam que se dá na Natureza, Kashefi e o seu colega Adam Brown conseguiram fazer com que a bactéria, cuja existência foi descoberta em 1976 numa fábrica de processamento de metal, produzisse uma pepita de ouro de 24 quilates.
Apesar do resultado surpreendente, os investigadores salientam que a produção em larga escala seria insustentável já que, embora o cloreto de ouro seja mais barato do que o ouro, os elevadíssimos custos de produção resultariam numa margem de lucro reduzida.