Afinal, já terá mesmo havido um curso de água a correr em Marte. Os cientistas da NASA responsáveis pela missão anunciaram que o robô Curiosity encontrou indícios de que o lugar onde aterrou terá estado, no passado, cheio de água.
Afinal, já terá mesmo havido um curso de água a correr em Marte. Esta terça-feira, os cientistas da NASA responsáveis pela missão anunciaram que o robô Curiosity, que chegou em Agosto à superficíe marciana, encontrou indícios de que o lugar onde aterrou terá estado, no passado, cheio de água, elemento considerado crucial para a possibilidade de ter existido vida no planeta.
Através da análise de algumas imagens enviadas pela sonda de cascalho encontrado perto do local onde está, os especialistas concluíram que ali já terá corrido, “vigorosamente”, um ribeiro. Em comunicado, Rebecca Williams, uma das envolvidas na missão, disse que as pedras arredondadas incrustadas na rocha detetadas são grandes demais para terem sido transportados pelo vento, sendo a água a única explicação.
“O consenso da equipa científica aponta para que estes seixos tenham sido transportados pela água num riacho vigoroso”, revelou, acrescentando que a equipa acredita, portanto, que a rocha onde estão incrustadas as pedras terá estado no leito de um antigo ribeiro com uma profundidade entre 10 e 15 centímetros.
Segundo os cientistas da NASA, os tamanhos e formas das pedras dão também uma ideia da velocidade e da distância do fluxo desta corrente. “A partir do tamanho do cascalho pudemos inferir que a água flui a 0,91 metros por segundo”, disse William Dietrich, da Universidade da Califórnia, um dos cientistas da missão,.
Fluxos de água terão sido contínuos ou repetidos
Além disso, acrescentou a equipa da agência espacial norte-americana, há indícios de que estes fluxos de água terão sido contínuos ou repetidos durante um longo período de tempo, não sendo ocasionais ou durando apenas poucos anos. Embora outras provas da presença de água em Marte já tenham sido observadas anteriormente, esta é a primeira vez que são detetados sedimentos deixados por ela.
De acordo com John Grotzinger, outro dos investigadores a acompanhar os progressos do robô, “um curso de água poderá tornar o ambiente habitável”, mas não é, na opinião da equipa, “a principal escolha para a preservação de microorganismos”. Grotzinger sublinha, no entanto, que esta é uma garantia de que já foi encontrado “o primeiro ambiente potencialmente habitável”.
Os cientistas estão agora a tentar decidir se o cascalho encontrado merece uma análise química ou se há “alvos” mais adequados para que o Curiosity procure elementos constitutivos da vida e os minerais que os preservariam no planeta vermelho.