A sacarose, principal elemento constituinte do açúcar, pode ser usada para aumentar a capacidade de carga das baterias e pilhas construídas a partir de sódio – um material mais abundante e barato do que o lítio. A conclusão é de uma equipa da Universidade de Ciências de Tóquio.
Há cerca de sete anos que esta equipa liderada pelo professor Shinichi Komaba anda a tentar produzir e aumentar a performance de baterias feitas de iões de sódio em vez de lítio, já que este último material é muito caro e não existe no Japão o que leva o país a ter enormes despesas de importação de lítio.
O principal problema das baterias de sódio é a sua baixa potência, uma situação que, agora, os cientistas japoneses conseguiram resolver adicionando um carbono muito resistente que é produzido a partir de sacarose aquecida a altas temperaturas (entre os 1.000 e os 1.500 graus celsius) e privada de oxigénio.
Este pó de carbono negro foi colocado na função de anódio (terminal negativo da pilha) aumentando a eficácia das suas propriedades, sendo que, segundo os investigadores, a capacidade de uma pilha pode, deste modo, aumentar até 20% para os 300 miliamperes/hora.
Em declarações ao site japonês dedicado à tecnologia DigInfo.tv, Shinichi Komaba explica que, com esta investigação, o Japão pode ver resolvido o problema da importação de lítio, material muito caro.
“De facto, as reservas de sódio são ilimitadas. Além disso, as baterias de sódio podem ser feitas a partir de ferro, alumínio e sódio, em vez de cobalto ou cobre como antigamente. Ou seja, podemos vir a conseguir baterias de alta performance usando matérias mais abundantes e baratas”, acrescentou.
Komaba acredita que, se esta “tecnologia e performance forem melhoradas” em breve, as baterias de sódio “poderão substituir as baterias de lítio”.
[Notícia sugerida por Vítor Fernandes]