Em parceria com a empresa Crioestaminal, o cientista, de 41 anos, começou a desenvolver esta tecnologia em 2009 com uma equipa de seis elementos no Centro de Neurociências e Biologia Celular, no Biocant Park, parque de Biotecnologia de Cantanhede.
O problema das feridas crónicas afeta cerca de 150 mil doentes diabéticos em Portugal. A grande dificuldade dos diabéticos no tratamento destas feridas é sua a difícil cicatrização, calculando-se que 15% destes doentes tenham ulcerações no pé que não cicatrizam.
Em entrevista ao jornal Ciência Hoje, o investigador explica que o gel resulta da combinação de três componentes que representam uma resposta mais eficaz para o tratamento de feridas crónicas.
“A novidade é a conjugação de três componentes: a utilização de células estaminais que são isoladas do sangue do cordão umbilical, combinadas com células dos vasos sanguíneos que são elas próprias derivadas de células estaminais e um gel de biomimético, isto é, um gel produzido por componentes encontrados no sangue”, diz o investigador português.
Contudo, Lino Ferreira refere que, apesar do foco principal deste gel ser o tratamento de feridas crónicas, o gel também pode ser usado para outras patologias como o “tratamento de doenças isquémicas [falta de suprimento sanguíneo a determinado tecido] em geral”.
A próxima fase do estudo passa por fazer ensaios clínicos em humanos ainda este ano. A equipa já está à procura de parceiros e financiadores, numa fase que se estima que vá demorar dois a três anos.
Este cientista português já conta com 14 patentes registadas no panorama internacional. Sete das patentes inscritas foram comercializadas por empresas americanas, europeias e nacionais.
[Notícia sugerida por Emília Freire]