A atividade física regular ajuda a proteger o coração, mesmo que seja iniciada tardiamente, ou seja, após os 40 ou os 50 anos, e que consista em práticas simples como a jardinagem.
A atividade física regular ajuda a proteger o coração, mesmo que seja iniciada tardiamente, ou seja, após os 40 ou os 50 anos. A conclusão é de um estudo britânico que mostrou que a prática de atividades simples como as caminhadas ou a jardinagem ao longo de mais de uma década é uma garantia de saúde cardiovascular.
O novo estudo, publicado na revista científica Circulation, incidiu sobre mais de 4.200 pessoas com uma idade média de 49 anos. Os investigadores do University College em Londres, no Reino Unido, analisaram dois marcadores inflamatórios cuja presença em grandes quantidades está associada a maiores riscos de problemas cardíacos.
“Não são apenas os exercícios vigorosos ou o desporto que são importantes”, explicou Mark Hamer, coordenador do estudo, citado pelo portal Medical Xpress. Atividades como a jardinagem, as caminhadas, o ciclismo e o trabalho doméstico “representam exercícios de intensidade moderada que são relevantes para a saúde”, afirmou o especialista.
Segundo Hammer, a importância deste tipo de exercícios é particularmente acentuada “para as pessoas mais velhas, uma vez que promove a atividade física, que contribui para um envelhecimento mais saudável e bem-sucedido”.
Ao estudar os marcadores inflamatórios no período entre 1997-99 e 11 anos depois, a equipa constatou que os participantes mais ativos desde o início contavam com níveis mais baixos de CRP e IL6, marcadores associados à existência ou não de complicações cardiovasculares.
De acordo com Hammer, 49,1% dos voluntários seguiram as recomendações padrão em relação à prática de atividade física, que correspondem a duas horas e meia por semana de exercício com intensidade moderada a vigorosa -, percentagem que saltou para os 83% nas últimas fases do estudo.
“Este salto na percentagem de participantes a praticar exercício físico deveu-se ao facto de muitos deles estarem a entrar na idade da reforma durante esse período”, esclareceu o coordenador.
“Mostrámos que a reforma parece ter um efeito benéfico nos níveis de atividade física”, declarou, acrescentando que “os que se tornaram mais ativos ao longo do tempo acabaram por conseguir reduzir os marcadores inflamatórios”, o que prova que nunca é tarde para começar.
Os indivíduos estudados integram o processo de investigação Whitehall II, que continua a decorrer e que tem o objetivo de estudar as influências sociais e ocupacionais no risco cardiovascular com recurso aos casos de 10.000 cidadãos britânicos.
Clique AQUI para aceder ao estudo publicado na revista científica Circulation (em inglês).